PSP mata proxeneta de prostituta que contratou. Eis tudo o que se sabe

Afinal, o que parecia um assalto à mão armada apresenta agora contornos mais complexos. Encontro sexual estaria combinado para o Parque do Jamor, junto ao Estádio Nacional.

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© Reinaldo Rodrigues / Global Imagens

Notícias ao Minuto
05/04/2024 09:47 ‧ 05/04/2024 por Notícias ao Minuto

País

Lisboa

O caso do polícia de elite que matou o seu alegado assaltante e raptor, na madrugada de segunda-feira, na casa onde vive com a família, em Benfica, Lisboa, ganhou novos contornos nas últimas horas.

De acordo com o jornal Expresso, há fortes suspeitas que tudo se tratou de um encontro sexual que correu mal e não de um assalto à mão armada.

O agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) ter-se-á dirigido, acrescenta a SIC Notícias, até ao Parque do Jamor, junto ao Estádio Nacional, à "procura de alguma diversão" com uma prostituta. Contudo, o proxeneta pediu mais dinheiro do que o valor que o polícia ofereceu e o encontro descambou. 

Sob ameaça de uma arma que tudo indica ser falsa - algo que o polícia só terá percebido depois de atingir mortalmente Amílcar Pinto, de 49 anos -, o agente, que se encontrava fora de serviço, foi obrigado a dirigir-se a um multibanco para levantar dinheiro e entregá-lo ao homem.

O polícia, que pertence ao Corpo de Segurança Pessoal da PSP, terá então convencido o seu raptor de que teria mais dinheiro em casa, sendo depois coagido a entrar no carro do homem e da prostituta.

Os três dirigiram-se a Benfica, ao condomínio onde o agente mora com a mulher e um filho - que se encontravam no Norte para celebrar a Páscoa - e onde também moram outros elementos da PSP.

Chegados à residência, o polícia subiu com o suspeito, enquanto a prostituta aguardava no carro. No interior da casa, os ânimos ter-se-ão exaltado e o agente disparou contra o alegado raptor com a arma de serviço à qual, entretanto, teve acesso.

Posteriormente, pediu ajuda aos colegas que se encontravam, fora de serviço, no prédio onde ocorreu o tiro fatal.

As autoridades foram chamadas e a cúmplice, entretanto colocada em prisão preventiva pelos crimes de roubo e sequestro, detida.

Versão do agente contada à PJ é considerada "credível"

Quanto ao agente, foi constituído arguido e ficou em liberdade. A Direção Nacional da PSP abriu um procedimento disciplinar ao polícia e este continua a ir trabalhar.

O caso está a ser investigado, como apurou o Notícias ao Minuto, internamente pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI). para "apurar as circunstâncias em que foi utilizada arma de fogo, de que resultou uma morte”.

Segundo o Expresso, uma grande parte da sequência dos eventos dessa madrugada contada pelo agente é considerada "credível" para a Polícia Judiciária (PJ), que investiga as circunstâncias do homicídio, e existe a convicção entre os inspetores de que o polícia terá agido em legítima defesa.

Formado em Direito

De acordo com a SIC Notícias, o agente da PSP envolvido neste caso tem cerca de 50 anos e é recém formado em Direito. Ao longo do seu percurso profissional, "sempre teve boas avaliações e um comportamento exemplar".

Há cerca de três meses passou a dar apoio à atividade operacional do Corpo de Segurança Pessoal (CSP), que funciona na dependência da Unidade Especial de Polícia, mas durante 20 anos, teve responsabilidade de proteger altas entidades, órgãos de soberania e outros cidadãos alvos de ameaça.

Leia Também: PSP sequestrado tinha contratado prostituta. Vítima mortal era proxeneta

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