O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi ouvido, esta segunda-feira, sobre a proposta do secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, ao primeiro-ministro, Luís Montenegro. Numa carta, o socialista pediu um acordo que abrange "um conjunto de matérias sobre as quais existe um amplo consenso político e partidário".
"Não tenho nada a responder. Ainda por cima num momento que é um momento importante, calmo, tranquilo - que é acabar a preparação do programa de Governo, e depois o debate. Mas registo, vou registando", referiu, em declarações aos jornalistas, no Porto.
O chefe de Estado foi ainda questionado sobre uma opinião deixada no domingo por Luís Marques Mendes no seu espaço de comentário na SIC.
O comentador referiu que era inconcebível que o ex-primeiro-ministro, António Costa, não tivesse ainda sido ouvido no âmbito da investigação que decorria no Supremo Tribunal de Justiça - cinco meses depois de a Procuradoria-Geral da República ter informado que o ex-governante estava envolvido neste processo.
Marcelo foi questionado sobre se partilhava "do adjetivo utilizado", e Marcelo respondeu: "Em relação a processos judiciais, já sabem que eu não comento processos concretos. Não vou comentar esse também. Limitei-me a dizer no discurso de posse do Governo, falando do anterior primeiro-ministro António Costa, que ele tinha mostrado uma sensibilidade importante em relação à Europa, que continua a ser do interesse nacional. É o máximo que eu podia dizer em abstrato", apontou.
De lembrar que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já confirmou a receção da carta, e referiu que lhe dará "naturalmente resposta". O líder socialista pediu um acordo que possa abranger "um conjunto de matérias sobre as quais existe um amplo consenso político e partidário". E elencou-as: a “valorização das carreiras e dos salários dos trabalhadores da Administração Pública, em especial dos profissionais de saúde (de todos, não apenas dos médicos), das forças de segurança, dos oficiais de justiça e dos professores".
Leia aqui na íntegra a carta de Pedro Nuno Santos a Luís Montenegro
[Notícia atualizada às 17h45]
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