O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, considerou que a reunião desta segunda-feira com o ministro da Educação, Fernando Alexandre, foi "proveitosa".
"O senhor ministro faz muito bem em ouvir a base, quem está todos os dias no terreno, os diretores, os professores. Com certeza que ao longo desta semana - ficou implícito nas suas palavras - terá que tomar uma decisão o mais rapidamente possível", explicou o responsável, referindo-se à decisão de algumas provas de aferição e exames em formato digital ser revertida.
Filinto Lima defendeu que esta questão (e formato) levanta a questão pode quebrar "o princípio da equidade e igualdade". "Sentimos que há muitos alunos que usaram o computador durante o ano, mas também há muitos que não usaram. Até porque há muitos avariados", justificou.
"Se for esta a decisão, pensamos que poderá haver tempo para que as provas possam ser feitas em papel e esferográfica. Claro que também é um critério a ter em conta. Se isso não for possível, as provas têm de ser feitas digitalmente. Se for possível, a melhor solução é uma mais prudente. É voltar ao sistema tradicional e depois avançar no próximo ano para a transição digital - que foi algo que o Governo já trouxe para as escolas e queremos continuar", defendeu.
Filinto Lima explicou ainda que o ministro deveria tomar uma decisão nesta semana, não expressando uma "expressão vinculativa". "Só espero é que em futuras situações, continuemos a ser ouvidos", apontou.
O responsável apontou ainda que a "maior preocupação" são as provas que "contam e têm ponderação para a transição de ano". "Os nossos alunos têm de ter todas as condições para que um instrumento de trabalho não sejam mais um constrangimento para além dos nervos que eles já levam", afirmou.
Recorde-se que nos últimos meses, têm sido constantes os alertas de professores para a falta de condições para realizar provas digitais: Além de milhares de equipamentos estragados, há problemas de rede de Internet em muitas escolas e faltam informáticos.
O Governo disponibilizou na semana passada 6,5 milhões de euros para comprar novos computadores para substituir os avariados e assim garantir que todos os alunos terão equipamentos para realizar as provas de aferição e exames nacionais do 9.º ano em formato digital, medida que foi insuficiente para levar os docentes desconvocarem a greve.
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