Secretária de Estado recebeu indemnização de milhares quando saiu da CP

A atual secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, negociou a sua saída da CP e recebeu uma indemnização de cerca de 80 mil euros quando já tinha tido um convite para integrar a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.

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© Paulo Spranger/Global Imagens

Notícias ao Minuto
09/04/2024 22:33 ‧ 09/04/2024 por Notícias ao Minuto

Economia

Cristina Pinto Dias

A atual secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, recebeu uma indemnização de cerca de 80 mil euros, em 2015, quando deixou o cargo de vice-presidente da CP - Comboios de Portugal para rumar à AMT - Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.

O caso foi denunciado na altura pelo jornal Público e recentemente recordado pelo Observador. Segundo o diário, Cristina Pinto Dias negociou a sua saída da CP e recebeu a indemnização quando já tinha surgido o convite para a AMT. 

À SIC Notícias, a atual governante confirmou que foi a própria que tomou a decisão de sair da CP e que, na altura, "aplicou-se o programa de rescisões voluntárias, de quem queria sair, em vigor na empresa àquela data".

Já em 2015, fonte da CP tinha adiantado ao Público que a ex-vice-presidente, "enquanto trabalhadora da CP, rescindiu o seu contrato com as condições aplicáveis às centenas de trabalhadores (389 nos últimos cinco anos) que saíram desta empresa, por mútuo acordo, nos últimos anos". 

No entanto, segundo José Reizinho, ex-membro da Comissão de Trabalhadores da CP, em declarações à SIC Notícias, nem todos os funcionários puderam usufruir da medida.

"O trabalhador pedia para sair da empresa, só que a empresa dizia 'sim, senhora, se queres ir embora, não há indemnização' porque o plafond que era dado à empresa tinha sido esgotado no ano anterior", explicou, acrescentando que, no ano em que Cristina Pinto Dias rescindiu o contrato com a CP outros trabalhadores tentaram fazer o mesmo, mas "não tinham direito à indemnização".

De acordo com a SIC Notícias, 17% dos funcionários saíram da CP no tempo da troika e "com tantas saídas", em 2015, a empresa teve de alterar as regras das rescisões. Nesse ano, saíram da empresa 34 trabalhadores e apenas sete tiveram direito a indemnização, incluindo Cristina Pinto Dias. 

A estação de Paço de Arcos indicou ainda que o programa de rescisões da CP destinava-se "sobretudo aos trabalhadores das oficinas, tração e comerciais" com mais de 55 anos que seguiam para a pré-reforma, requisitos que a atual secretária de Estado não preenchia. 

Leia Também: Valorização de carreiras na função pública? "Não vemos razões para adiar"

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