"Esses alunos iriam entrar em desvantagem face aos colegas que têm treinado com os meios digitais", justificou Filinto Lima, que na segunda-feira transmitiu esta preocupação durante uma reunião com a nova equipa ministerial, liderada por Fernando Alexandre.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou hoje, no parlamento, que as provas finais do 9.º ano vão ser realizadas em papel, por terem sido "identificadas graves falhas na disponibilização de equipamento informático", mantendo-se as provas de aferição em formato digital.
O diretor escolar sublinhou ser a favor da transição digital, mas defendeu que, além do reforço de meios tecnológicos, é também necessário reforçar a rede de 'wi-fi', que em algumas escolas colapsa frequentemente.
"Queremos que no próximo ano isto não seja assunto", sublinhou Filinto Lima.
Os diretores escolares esperam também que seja alcançado, o mais rapidamente possível, um acordo entre a tutela e os sindicatos sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores.
O anúncio relativo às provas foi feito por Luís Montenegro durante a apresentação do programa do XXIV Governo Constitucional, na Assembleia da República.
"Tendo sido identificadas graves falhas na disponibilização de equipamentos informáticos, na sua manutenção e na conectividade das escolas para garantir que os alunos pudessem realizar as avaliações em igualdade de oportunidades neste ano letivo (13.639 alunos do 9º ano não receberam o Kit digital-portátil, pen de dados e acessórios), o Governo decidiu pela sua realização em papel, de forma excecional, neste ano letivo", disse.
Segundo o primeiro-ministro, irão manter-se as provas de aferição em formato digital, como previsto, para sinalizar o empenho na transição digital.
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