25 de Abril "não tem de ser comemorado em parelha com mais nenhum dia"

O antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva acusou a "extrema-direita" e "infelizmente, parte da direita" de querer assinalar a importância do 25 de Novembro para "contrapô-lo ao 25 de Abril".

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Notícias ao Minuto com Lusa
24/04/2024 09:05 ‧ 24/04/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

25 de Novembro

O antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva deixou algumas "dicas", "agora que saiu da cartola uma comissão oficial para comemorar o 25 de Novembro".

"O 25 de Abril é o dia fundador da nossa democracia. Não tem de ser comemorado em parelha com mais nenhum. Ele é a fonte de onde tudo brotou", começou por explicar, numa publicação no Facebook.

Na mesma mensagem, Santos Silva argumentou que "a nossa transição democrática foi revolucionária" e que "devem ser assinalados esses dois factos: ter sido uma revolução, que mudou radicalmente a economia, a sociedade, a mentalidade e a política portuguesa; e ter-se saldado pela vitória do modelo democrático europeu, liberal, pluralista e com forte componente social".

"Para que tal modelo triunfasse, foi necessário que fossem derrotadas as alternativas que então se puseram: A reversão da democracia (no 28 de Setembro, no 11 de Março e na tentativa de contragolpe do 25 de Novembro) e a deriva revolucionária (cerco da Constituinte, 25 de Novembro)", continuou, defendendo que "devemos assinalar também a importância crucial do 25 de Novembro", mas "não para contrapô-lo ao 25 de Abril, como quer a extrema-direita e, infelizmente, parte da direita".

Também não se deve assinalar esta data "para excluir a esquerda comunista ou revolucionária do nosso regime", mas sim "para agradecer a quantos, no dia 25 de novembro de 1975, souberam opor-se ao golpe revolucionário e ao contragolpe reacionário, impondo a democracia liberal e pluralista em que todas as correntes políticas poderiam ter lugar: A Mário Soares, Costa Gomes, Ramalho Eanes, Melo Antunes e todo o Grupo dos 9".

"Celebremos, pois, o 25 de Novembro tal como ele é: A garantia da democracia em Portugal, onde todos têm lugar. E, já agora, celebremos também o 2 de abril de 1976, o dia em que foi aprovada a Constituição que a consagrou", concluiu Augusto Santos Silva.

No domingo, o antigo Presidente da República António Ramalho Eanes considerou que "faz inteiramente sentido" celebrar o 25 de Novembro, sendo que a "data fundadora da Democracia" é o 25 de Abril.

No mesmo dia, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, anunciou que o Governo criará uma comissão para as comemorações do 25 de Novembro de 1975. "Em 2024 celebraremos os 50 anos do 25 de Abril, Em 2025, devemos celebrar - e não esquecer - os 50 anos do 25 de Novembro", disse.

Lembrando que o CDS-PP celebra "todo os anos" esta data e é algo "quase identitário" para o partido, Nuno Melo salientou que "o 25 de Novembro foi um movimento militar que salvou a democracia em Portugal".

Leia Também: Há quem queira comemorar 25 de Novembro "pelo que gostariam que tivesse sido"

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