O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem "comportamentos rurais" e que o antigo chefe do Governo, António Costa, é "lento por ser oriental". As declarações foram feitas, na terça-feira, durante um jantar com jornalistas estrangeiros, de acordo com o Correio Braziliense.
"Não imaginam como é difícil eu adaptar-me a um novo primeiro-ministro", admitiu Marcelo Rebelo de Sousa no referido jantar no hotel de Lisboa.
“Ele é uma pessoa que vem de um país profundo, urbano-rural, com comportamentos rurais. É muito curioso, difícil de entender, precisamente por causa disso. Agora, é completamente independente, não é influenciável”, disse Marcelo Rebelo de Sousa sobre o primeiro-ministro que tomou posse a 2 de abril.
Por sua vez, o chefe de Estado avaliou ainda o antecessor de Montenegro e garantiu que “António Costa era lento, por ser oriental". "O Montenegro não é oriental, mas é lento, tem o tempo do país rural, embora urbanizado. Faz-me lembrar o antigo PSD (Partido Social Democrata), que era isso. O PS (Partido Socialista) era Lisboa, a grande Lisboa, as áreas metropolitanas, e o PSD era o resto do país, sobretudo o Norte e o Centro-Norte”, comparou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda que todos os dias é surpreendido por Luís Montenegro "porque ele é imaginativo e tem um lógica de raciocínio como a de um país tradicional”. Apesar de considerar que é "estimulante", Marcelo salientou que Montenegro lhe "dá muito trabalho".
O chefe de Estado comentou ainda a escolha de Sebastião Bugalho para ser cabeça de lista pela Aliança Democrática (AD) nas eleições europeias. "Foi totalmente um improviso, um segredo até o fim”, disse. "Ele [Montenegro] formou um Governo de forma impensável. Só começou a convidar os ministros na manhã do dia de me entregar a lista, um risco. E foi tão sigiloso, que nenhum deles sabia do outro. Só se encontraram no dia da posse”, revelou ainda Marcelo.
“Ele é um grande orador, mas é um político à moda antiga, não é um político ao estilo do ex-primeiro-ministro António Costa", comparou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República antecipou ainda que Montenegro "vai ser um político de silêncios" e irá utilizar muitas vezes "o efeito-surpresa".
"Vai ser um político de silêncios. Já não tínhamos isso desde o general Eanes, a gestão do silêncio. O efeito surpresa", comentou ainda o Presidente da República.
[Notícia atualizada às 17h56]
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