Brasil. Armazéns lotados em Portugal com doações à espera de transporte

Organização privada terá recolhido 4 toneladas de doações que deveriam seguir para o Rio Grande do Sul, no Brasil, região afetada pelo flagelo das cheias, mas enfrenta agora um problema: não tem meio de transporte. Voo que estaria assegurado e que iria realizar-se esta sexta-feira, afinal, não se confirma e o Consulado do Brasil em Lisboa e no Porto já se demarcou da iniciativa.

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© Reprodução SOS RS

Marta Amorim com Carmen Guilherme e Daniela Carrilho
10/05/2024 12:00 ‧ 10/05/2024 por Marta Amorim com Carmen Guilherme e Daniela Carrilho

País

Rio Grande do Sul

A tragédia que assolou o Rio Grande do Sul (RS), no Brasil, mobilizou pessoas no mundo inteiro para fazer chegar ajuda ao Estado brasileiro. 

As autoridades e voluntários continuam a trabalhar arduamente para resgatar as pessoas que continuam isoladas devido ao alto nível das águas e que começam a sofrer com a falta de alimentos.

Em Portugal, a mobilização solidária fez-se sentir nomeadamente por via do movimento SOS RS em Portugal, que foi lançado na terça-feira, dia 7 de maio.

A organizadora, Camila Fernandes, afirmava, então - num vídeo no Instagram entretanto apagado - ter a garantia por parte do Consulado do Brasil de um avião fretado para enviar doações até à região afetada pelas cheias.

As doações chegaram em catadupa a vários espaços em Lisboa e no Porto (Cacém, Sete Rios e Campolide, por exemplo) e dada a onda solidariedade que se fez sentir, estes locais rapidamente ficaram lotados. Terão sido doadas cerca de 4 toneladas de bens. Mas agora, e de armazéns cheios, há um problema: o voo confirmado pela organização, que partiria esta sexta-feira de Lisboa, nunca existiu. 

Pela voz de Camila Fernandes - com quem o Notícias ao Minuto tentou falar mas sem sucesso até ao momento - veio já um pedido de "desculpas" pelo lapso, mas também a garantia de que a ajuda chegará ao Rio Grande do Sul. 

"No calor da emoção e em meio ao desespero de ter pessoas queridas envolvidas na tragédia, a Camila deixou-se levar e divulgou que o avião já tinha sido confirmado. Isso ainda não aconteceu, mas estamos, sim, em negociação. Um grupo organizado da sociedade civil em Lisboa está a fazer um mutirão [iniciativa, em brasileiro] de recolha de mantimentos para ser enviado para o RS. Está lindo, emocionante", pode ler-se numa nova publicação, que desta feita explica que "a iniciativa é privada e não tem qualquer envolvimento do governo português".

Foram várias as personalidades que já se aliaram ao movimento, agora em busca de transporte e não de doações, entretanto suspensas por falta de espaço. Juliette, cantora e ex-vencedora do 'Big Brother Brasil', disse, esta quinta-feira, no programa da SIC 'Casa Feliz', estar a procurar meio de transporte.  Segundo a celebridade, que tem pedido ajuda no Instagram, há 4 toneladas de bens em Lisboa que precisam de ser levadas até ao Rio Grande do Sul. Bruna Gomes, brasileira e vencedora do 'Big Brother Portugal', tem feito o mesmo pedido nas redes sociais.

Também Susana Werner, atriz e mulher do futebolista Júlio César, pediu, no na sua conta de Instagram, doações para a mesma causa.

A organização está agora a tratar da triagem das doações e tem pedido caixas e fita-cola para a logística de envio. Nas redes sociais, pese embora existam muitos comentários de louvor e agradecimento pela iniciativa, há também inúmeras críticas pelas informações erradas que foram veiculadas e pela falta de organização. 

Consultado demarca-se

O Consulado do Brasil em Lisboa e no Porto já veio demarcar-se desta e de outras iniciativas, partilhando um esclarecimento onde diz não ter "qualquer relação com iniciativas pessoais referentes a doações de bens e valores aos afetados".

Saiba como ajudar através de "iniciativas seguras e verificadas"

Contactado pelo Notícias ao Minuto, o assessor do Itamaraty, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil, referiu que neste link é possível "encontrar iniciativas seguras e verificadas".

Recorde-se que o forte temporal no Rio Grande do Sul começou na segunda-feira da semana passada e continuou nos dias seguintes, causando grandes danos em estradas, pontes, residências e deixando grande parte da população gaúcha sem luz nem água potável.

Com 11 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul tem sido bastante afetado pelas mudanças climáticas

Leia Também: Cheias em Porto Alegre. "Era como se fosse o início da pandemia"

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