Menino nepalês agredido. "O racismo não tem lugar em Lisboa"

O Presidente da Câmara de Lisboa afirma-se solidário com a criança e com a sua família.

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Marta Amorim
14/05/2024 19:07 ‧ 14/05/2024 por Marta Amorim

País

Racismo

O Presidente da Câmara de Lisboa Carlos Moedas afirmou esta terça-feira que a agressão a um menino nepalês de 9 anos por parte de cinco colegas numa escola de Lisboa "é uma situação absolutamente condenável e inqualificável".

Numa publicação na rede social X, Moedas afirmou que a notícia "só nos pode chocar a todos".

"A minha solidariedade para com esta criança e família. O racismo não tem lugar em Lisboa", escreveu ainda. 

Recorde-se que um menino nepalês, de nove anos, foi agredido com violência por um grupo de colegas, também menores, numa escola de Lisboa, no início deste ano. A notícias foi primeiramente avançada pela Renascença.  


A denúncia foi feita pela diretora-executiva do Centro Padre Alves Correia (CEPAC). Para Ana Mansoa, não há dúvidas de que as motivações do ataque são "xenófobas e racistas", uma vez que durante o "linchamento", que aconteceu em contexto escolar, o grupo insultou a criança com frases como "vai para a tua terra", "não és daqui", "não queremos nada contigo", entre outras coisas que a responsável preferiu não dizer.

Menino nepalês de 9 anos agredido por cinco colegas em escola de Lisboa

Menino nepalês de 9 anos agredido por cinco colegas em escola de Lisboa

Enquanto agrediam a criança, os atacantes, também menores, proferiam insultos racistas e xenófobos e filmavam o momento. Posteriormente, partilharam o vídeo nas redes sociais. Dois meses depois do ataque, vítima ainda acorda à noite com pesadelos e tem medo de ir à escola.

Notícias ao Minuto | 12:25 - 14/05/2024

A agressão foi filmada e divulgada em diferentes grupos do WhatsApp dos envolvidos. Nas imagens, segundo Ana Mansoa, é possível ver que o ataque foi feito por cinco colegas da vítima, sendo que um dos agressores foi mais interventivo. Um sexto elemento filmou as agressões para depois as partilhar.

"Foi muito grave e com um impacto muito grande, não só no bem-estar físico, mas também emocional e psicológico desta família, que acabou por pedir transferência da escola e acabámos por conseguir concretizá-la para a segurança da criança", adiantou a responsável sem divulgar, contudo, em que agrupamento escolar de Lisboa aconteceu o ataque.

As consequências para os agressores identificados no vídeo, segundo a diretora executiva do CEPAC, resumiram-se a "uma delas ser suspensa por três dias", o que considera ser "grave".

Já a vítima, além dos "hematomas pelo corpo todo", assim como "feridas abertas", sofreu danos psicológicos graves. Dois meses depois do ataque, o menino de nove anos ainda acorda à noite com pesadelos e tem medo de ir à nova escola.

A família, que está a ser acompanhada pelo CEPAC, preferiu cuidar das feridas do filho em casa e não apresentar queixa às autoridades porque tem "medo".

Leia Também: Agressões a crianças migrantes? "Não podemos generalizar o que se passou"

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