O caso do menino nepalês de nove anos, alegadamente, agredido numa escola do concelho da Amadora, continua a dar que falar.
Depois de o Ministério da Educação ter dito que desconhece a agressão, de o ministro da tutela ter confirmado esse desconhecimento, e de o estabelecimento escolar em causa ter garantido que só tem alunos nepaleses no ensino secundário, a associação que denunciou o linchamento reitera as acusações e diz ter "transmitido informação" às entidades competentes por forma a que a verdade seja apurada.
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o Centro Padre Alves Correia (CEPAC) começa por contar que a diretora da instituição, Ana Mansoa, "foi questionada [pela Rádio Renascença] sobre casos concretos que sustentassem a preocupação manifestada em relação ao aumento de atitudes e comportamentos racistas e xenófobos e à urgência de combater o discurso de ódio, em particular contra as pessoas migrantes".
Perante isso, numa "conversa telefónica, que se teve de boa-fé", continua a associação na mesma nota enviada ao Notícias ao Minuto, "foi referido como exemplo, de memória, o caso em questão, conforme artigo e declarações gravadas que vieram, parcialmente, a público".
Entretanto, garante o CEPAC - que pertence aos Missionários do Espírito Santo, uma congregação missionária que trabalha sobretudo em África - que "foi transmitida às entidades competentes informação precisa para apuramento dos factos alegados" e que está "totalmente disponível para colaborar".
A associação sublinha ainda que é necessário preservar "o anonimato público da criança envolvida e sua família", uma vez que considera que "a exposição nos meios de comunicação social apenas prejudicará o bem-estar" da mesma.
"O Centro Padre Alves Correia não prestará mais declarações sobre o caso aos meios de comunicação social e apela ao respeito pela privacidade da criança e sua família e demais partes envolvidas", conclui o comunicado.
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