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Estado da Palestina? Portugal mostra-se cauteloso e enfrenta críticas

Face ao anúncio de Espanha, Irlanda e Noruega, Israel chamou os seus embaixadores nestes três países para consultas. A posição destas nações, aplaudida pela Arábia Saudita, Jordânia e Egito, elevaram para 146 o número de Estados-membros das Nações Unidas que reconhecem o Estado da Palestina. Contudo, Portugal ainda se mostra cauteloso.

Estado da Palestina? Portugal mostra-se cauteloso e enfrenta críticas
Notícias ao Minuto

08:46 - 23/05/24 por Notícias ao Minuto

País Israel/Palestina

Depois de a Espanha, a Irlanda e a Noruega terem anunciado, na quarta-feira, que reconhecerão o Estado da Palestina já no próximo dia a 28 de maio, Portugal mostrou-se mais cauteloso. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que “não é este o momento adequado para dar esse passo”, enquanto uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros avançou que o país está a tentar obter o maior consenso possível entre os membros da União Europeia (UE). Ainda assim, esta posição não é consensual, tendo motivado críticas por parte de alguns partidos.

"Perguntam-me: E o passo do reconhecimento como Estado? A posição de Portugal - que não é do Governo, ou Parlamento ou do Presidente, mas de Portugal como um todo - é a de entender que não é este o momento adequado para dar esse passo. Quando for adequado, será adequado", adiantou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.

O chefe de Estado ressalvou, contudo, que o país “defende desde há muito tempo, na linha das Nações Unidas, a existência de dois povos, dois Estados”.

Na mesma linha, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse à Lusa que Portugal mantém a vontade de reconhecer a Palestina como Estado, mas está a tentar obter o maior consenso possível entre os membros da UE. “É só uma questão de tempo”, assegurou.

Ainda assim, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, criticou as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, tendo apelado a que o Presidente falasse “por si”.

"Depois de Espanha, Irlanda e Noruega avançarem, Marcelo diz que 'não é a hora' de reconhecer o Estado da Palestina. E que essa é a posição de 'Portugal como um todo'. Fale por si, senhor Presidente. Em nosso nome, não", escreveu, na rede social X (Twitter).

Por seu turno, o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, defendeu que o Governo não deve esperar pela UE para reconhecer o Estado da Palestina, uma vez que, na sua ótica, seria uma forma de pressionar outros Estados-membros a fazer o mesmo.

"O Governo persiste em, tal e qual como fez o PS, escudar-se numa desculpa que vai perdendo um bocadinho de força. A desculpa era: 'nós queremos uma solução na UE, porque o que dá força a isto é uma solução na UE'. Só que os países da UE vão reconhecendo à vez", lançou.

O responsável foi mais longe, tendo reiterado que "o povo português quer reconhecer rapidamente, de uma vez por todas", o Estado da Palestina.

"O Governo parece que não está muito para aí virado, mas é uma daquelas coisas que, em última instância, pressionado pelo povo, tem de decidir. Senão, fica isolado", advertiu.

Já o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, evitou comentar a decisão de Espanha, Irlanda e Noruega, uma vez que a prioridade continua a ser um acordo de cessar-fogo, acelerar a entrada de ajuda humanitária e promover a libertação dos reféns detidos pelo Hamas, além de, a longo prazo, alcançar uma solução dos dois Estados.

Saliente-se que, face ao anúncio de Espanha, Irlanda e Noruega, Israel chamou os seus embaixadores nestes três países para consultas. A posição destas nações, aplaudida pela Arábia Saudita, Jordânia e Egito, elevaram para 146 o número de Estados-membros das Nações Unidas que reconhecem o Estado da Palestina.

Malta e a Eslovénia também afirmaram que poderiam dar este passo em breve, enquanto Israel criticou todas estas decisões e afirmou que terão um impacto negativo na região.

Por outro lado, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, da extrema-direita, reiterou que Israel não permitirá a declaração da Palestina como Estado.

Leia Também: Palestina como Estado? "Não é este o momento adequado. Quando for, será"

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