O Governo voltou esta quinta-feira às negociações com os polícias e embora o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tenha manifestado o "empenho máximo" do Governo na melhoria das condições das forças de segurança, incluindo as carreiras e remunerações, o desfecho não foi positivo.
"[Prometemos] Empenho máximo na melhoria possível das condições de trabalho, das condições operacionais, das condições físicas propriamente ditas e também das condições de carreira e remuneração", dizia o primeiro-ministro para, horas depois, os guardas dizerem-se considerados uma "polícia menor".
Em declarações aos jornalistas feitas junto ao Ministério da Administração Interna (MAI), onde o Governo recebeu os sindicatos e associações para uma nova ronda negocial, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira comentou as declarações feitas por Luís Montenegro. "Nós também queremos resolver [a situação] e o senhor primeiro-ministro sabe. Não queremos resolver é a qualquer custo", referiu.
Da reunião, saiu a terceira proposta feita pelo Governo aos sindicatos da PSP: aumento de 180 euros no suplemento de risco dos polícias.
Ou seja, o Executivo quer alterar o suplemento que já existe na vertente fixa de 100 para 280 euros, um aumento de 180 euros. Atualmente o suplemento por serviço e risco nas forças de segurança inclui uma componente fixa de 100 euros e uma variável de 20% do salário base.
Contudo, e para o presidente do SINAPOL, "ficou bem claro" na reunião que o objetivo de obter um suplemento igual ao da PJ não vai ser cumprido. "A senhora ministra da Administração Interna disse-nos que isso nunca vai acontecer, porque ela não tem capital, não tem meios financeiros", referiu.
De resto, também a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) considerou que o aumento de 180 euros proposto pelo Governo "é um valor muito baixo" e relembrou que "os polícias e guardas estão saturados".
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