A auditoria, com todos os anexos, pode ser consultada aqui e foi disponibilizada ao início da tarde de quinta-feira, após o anúncio do plano ciclável da autarquia para 2024-2025.
Após a apresentação, o PS/Lisboa acusou o presidente da Câmara, Carlos Moedas (PSD), de "esconder" a auditoria que esteve na base do plano da autarquia, "nove meses depois de conhecer os resultados" e de "ter recusado várias vezes distribuir o estudo pelos vereadores", apesar do pedido destes.
A auditoria detetou falhas graves na rede ciclável da cidade, nomeadamente 30 cruzamentos com problemas, muitas descontinuidades nas ciclovias e falhas na ligação a 121 escolas e cinco universidades.
A Avenida Almirante Reis, a Avenida 24 de julho e a Rua Prof. Pinto Peixoto (no Beato) são as vias com mais problemas de segurança.
Um inquérito a utilizadores revelou que dois terços se sentem inseguros ou muito inseguros em cruzamentos, a maioria vê a rede de Lisboa como descontínua e a maior parte considera insuficiente a proteção contra o tráfego motorizado, e que ainda há muitos locais inacessíveis de bicicleta, nomeadamente sem estações Gira.
De uma forma geral, existe um bom desempenho da rede na ligação ao metro e aos comboios, mas com oportunidades de melhoria, revelou a auditoria.
De acordo com o plano apresentado na quinta-feira, no final de 2025 Lisboa passará de uma rede ciclável com os atuais 173 quilómetros (km) para um total de 263 (mais 90 km), estando prevista a construção de mais 56 ciclovias de ligação, com o objetivo de "melhorar e ligar melhor a infraestrutura já construída na cidade".
Também as estações de bicicletas Gira, que atualmente são 150, serão 190 no final de 2025, com 1.900 bicicletas, das quais 1.800 elétricas, e chegarão às 24 freguesias.
No plano estão ainda incluídos dois milhões de euros para ligar escolas à rede ciclável, além dos 400 mil euros que a autarquia recebeu como apoio financeiro do Programa BICI Bloomberg para fazer a ligação de ciclovias a 20 escolas, com uma abrangência de 20 mil alunos.
No total, estima-se investir cerca de 13 milhões de euros na concretização deste plano.
O PS considerou ainda que o plano de expansão da rede ciclável revela "falta de ambição", uma visão antiquada e um "retrocesso em matéria de segurança", criticando a liderança do executivo por desistir de vários projetos.
Pelo seu lado, o Livre/Lisboa criticou o plano da rede ciclável da capital, considerando que "é claramente insuficiente para atingir as metas e objetivos ambientais", e também o BE/Lisboa considerou que a proposta "não responde" aos problemas identificados e está "abaixo dos mínimos exigidos".
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