O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, confirmou, esta segunda-feira, que a visita do presidente da Ucrânia, Voldymyr Zelensky, a Portugal, na terça-feira, visa, "essencialmente", a assinatura de um acordo no quadro do relacionamento bilateral entre ambos os países e o facto de Kyiv querer "agradecer o esforço que Portugal tem feito" nos últimos dois anos.
Depois de uma reunião, em Bruxelas, o diplomata português começou por lembrar que a visita do presidente Zelensky "esteve marcada e programada para há quase duas semanas", mas, devido à situação em Kharkiv, "só foi possível fazer Espanha e Portugal hoje e amanhã", respetivamente.
"Foi concluído já há cerca de três semanas o acordo político entre Portugal e a Ucrânia, que é um acordo bilateral em todas as áreas em que temos cooperado nestes dois anos. Na área de assistência humanitária, na área de assistência financeira, na área de assistência militar, na área de assistência política ao próprio processo de integração europeia", disse Rangel.
"Todo ele recolhe todas as dimensões em que temos trabalhado, mas agora de uma forma sistematizada e com um horizonte de dez anos para futuro", acrescentou.
Segundo o governante, havia ficado definido na Cimeira da NATO de Vilnius que o acordo "seria concluído", tal "muitos Estados o têm feito".
"A Espanha assina hoje o seu, nós, em princípio, assinaremos o nosso amanhã. Já estava pronto para a viagem anterior. Portanto, as negociações foram concluídas no ultimo mês e meio, tiveram uma aceleração enorme porque já havia a vontade do presidente Zelensky, assim que o Governo tomou posse, de vir visitar Portugal", frisou.
Assim, resumiu: "A visita visa, essencialmente, duas coisas: por um lado esse quadro de relacionamento bilateral entre Portugal e a Ucrânia para os próximos anos, já devidamente sistematizado num acordo político. E, ao mesmo tempo, a Ucrânia quer agradecer o esforço que Portugal tem feito e que nós sabemos que é bastante grande, ao longo destes dois anos, de total solidariedade com a situação do país e, designadamente, com a necessidade de restabelecer a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".
Confrontado com o facto de Espanha ter aprovado um plano de ajuda militar de mil milhões de euros para Kyiv e interrogado sobre se Portugal fará algo semelhante, o ministro recusou "entrar em detalhes sobre o acordo".
"Não vou entrar em detalhes sobre o acordo", apontou o diplomata, falando nas "exigências de segurança muito particulares" em causa. "Cumprimenos rigorosamente tudo o que foi combinado com a nossa parte", destacou.
"Foi agora anunciada a visita e amanhã teremos oportunidade sobre os vários pontos dela conversarmos", completou o governante.
Recorde-se que, depois de muita especulação, a Presidência da República e o gabinete do primeiro-ministro confirmaram hoje a visita do presidente da Ucrânia a Portugal, na terça-feira. Também Zelensky, que se encontra em Espanha, confirmou, numa conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro espanhol, que "planeia" visitar Portugal amanhã, já depois de ter adiado uma viagem ao nosso país em maio.
Durante a estadia em Portugal, Zelensky terá reuniões de trabalho com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
A guerra na Ucrânia começou no dia 24 de fevereiro de 2022 com a invasão do território do país pela Rússia.
[Notícia atualizada às 14h39]
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