Temido pede que ninguém se deixe enganar como nas legislativas

A cabeça de lista do PS às europeias apelou hoje aos portugueses para que não se deixem enganar como nas últimas eleições e avisou que "é muito o que está em jogo", dando como exemplo o direito ao aborto.

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© Partido Socialista

Lusa
29/05/2024 23:52 ‧ 29/05/2024 por Lusa

Política

Europeias

 

Marta Temido encerrou em Faro o comício do terceiro dia de campanha, todo dedicado àquele distrito algarvio, no qual fez um apelo ao voto e pediu "que ninguém se iluda".

"Penso que nas últimas eleições legislativas muitas e muitos se iludiram. Não vão em cortinas de fumo", apelou.

A número um da lista do PS deu como exemplos de promessas incumpridas pela governação do PSD/CDS-PP a ausência de um choque fiscal, o facto de "as politicas na área dos jovens afinal só beneficiarem alguns" e até "o apoio à Ucrânia que acaba por ser aquilo que já estava decidido".

"Não se deixem enganar, é mesmo muito o que está em jogo", sustentou, apelando a que até às eleições de 09 de junho se mobilize toda a gente para o voto porque é preciso agarrar o "destino pelas mãos e não deixar de tomar parte no desenho do futuro da União Europeia".

Num discurso feito à volta do simbolismo da bandeira da União Europeia -- que faz hoje 38 anos que foi hasteada pela primeira vez, segundo referiu -- Marta Temido considerou que todos os ataques que têm sido feitos "às minorias, de xenofobia, à homofobia, de misoginia" são sintetizados na questão da interrupção voluntária da gravidez que voltou a estar "na agenda daquilo que pode estar em causa nestas eleições".

"Há por aí quem diga que este direito deve ser ponderado porque não é um direito sozinho. Pois claro que não é um direito sozinho, não há direitos sozinhos, a questão é como é que nós equilibramos direitos em conflito", disse, numa referência implícita ao opositor pela AD, Sebastião Bugalho.

A resposta que deve ser dada para "tantos direitos em conflito" na sociedade não se pode ser "à custa da vida de mulheres".

"E nós sabemos que é a isso que nos leva, é a esse drama, a essa chaga que nos leva qualquer recuo nesta matéria", alertou, considerou que para lá da questão dos direitos, está em causa um problema de saúde pública.

Marta Temido deixou claro que não está disponível para deixar as "filhas, netas, meninas e raparigas deste país terem que passar por situações" que ainda conheceu nas suas amigas e colegas.

"Ainda sou da geração em que a IVG não era permitida neste país. Não foi assim há tanto tempo. Há muitas coisas que nós sabemos que quando damos por garantidas estamos em risco de começar a perder", avisou.

A cabeça de lista do PS - que à exceção deste comício da noite esteve todo o dia acompanhada pelo secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos - avisou que "nunca como hoje a dimensão da diversidade esteve posta em causa", lamentando a "intolerância, a radicalização, a intransigência e o ataque verbal".

Para Marta Temido "não é a polarização", nem a dizer "que os políticos são gatunos" ou que "as pessoas se estão a servir dos lugares", tal como acusa a extrema-direita de fazer, "que se resolve os problemas das pessoas".

"Nunca o ódio resolve nada. Só traz mais ódio", disse.

Outros dos significados da bandeira da UE que a candidata do PS quis abordar foi o "valor da solidariedade", considerando que o seu partido "é mesmo o partido da solidariedade" e "aqueles dedos da mão todos juntos são a nossa força coletiva", numa referência ao símbolo socialista.

"A União Europeia esteve lá quando foi a crise energética e quando foi a crise da pandemia", enfatizou, apontando a coragem para "soluções inovadoras" que devem agora também ser usadas na resposta ao problema da habitação.

[Notícia atualizada às 00h25]

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