A comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas, tratadas em 2020 com um medicamento de quatro milhões de euros, começou hoje com o depoimento do ex-secretário de Estado Adjunto e da Saúde António Lacerda Sales. O antigo governante socialista foi entretanto constituído arguido.
António Lacerda Sales invocou o estatuto de arguido, o que lhe permitiu ficar em silêncio após inúmeras questões. Ainda assim, o ex-secretário de Estado Adjunto e da Saúde criticou o relatório da IGAS, frisando que "este processo tem muitas pontas soltas".
Negou ainda alguma vez ter falado com o primeiro-ministro, Marta Temido ou o Presidente da República sobre o caso das gémeas.
Constituída por 17 deputados, a comissão terá quatro meses para concluir o seu trabalho.
As audições deverão acontecer pelo menos duas vezes por semana, aprovando os pedidos de depoimento do Presidente da República e do seu filho Nuno Rebelo de Sousa, além do chefe da Casa Civil da Presidência da República, Fernando Frutuoso de Melo, e da assessora do chefe de Estado para os assuntos sociais, Maria João Ruela. No acaso do Presidente da República, segundo o regime jurídico dos inquéritos parlamentares, poderá depor por escrito.
Numa fase inicial, a comissão comprometeu-se em ouvir Lacerda Sales, os pais das gémeas (primeiro o pai e depois a mãe), o advogado da família, a presidente do Instituto dos Registos e Notariado, Filomena Rosa, Catarina Sarmento e Castro e Berta Nunes, por causa do processo de naturalização das crianças.
Veja aqui a audição: