Quatro homens e duas mulheres foram detidos por suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, burla qualificada, branqueamento e falsificação de documentos, no setor imobiliário, no Algarve, revelou a Polícia Judiciária (PJ), esta quinta-feira, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
De acordo com os inspetores, no âmbito da operação Orange, foram realizadas sete buscas domiciliárias e duas a empresas e apreendidos dezenas de imóveis, 14 veículos, uma embarcação, equipamento informático e um "elevado acervo documental probatório".
Em causa, está a investigação de um grupo organizado, com várias nacionalidades, residência no Algarve e com ligações à diáspora noutros países, que criaram em Portugal uma organização económica no setor imobiliário totalmente financiada de forma fraudulenta por créditos bancários.
O 'modus operandi' do grupo, como explica a PJ, passava pela constituição de sociedades de direito português, através das quais adquiriram centenas de imóveis, cujas propriedades, através de negócios simulados, transferiram de imediato para terceiros.
Em nome desses, e com recurso a documentos falsos, os suspeitos contraíam créditos à habitação junto de instituições bancárias portuguesas, em quantias muito superiores ao da aquisição inicial dos bens, apropriando-se da diferença, além do produto resultante da exploração posterior dos imóveis como alojamento turístico e residencial.
Desde 2021 até agora, altura em que foi iniciada a investigação, foram identificadas mais de 20 sociedades controladas pelos vários suspeitos já identificados, através das quais foram adquiridos mais de 300 imóveis e contratados mais de duas centenas de financiamentos fraudulentos, num valor global na ordem dos 40 milhões de euros.
Os detidos serão agora presentes a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas de coação.
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