Cargaleiro. Vila Velha de Ródão decreta três dias de luto municipal
A Câmara de Vila Velha de Ródão vai decretar três dias de luto municipal pela morte de Manuel Cargaleiro, anunciou hoje a autarquia, expressando "profundo pesar e consternação".
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País Manuel Cargaleiro
"Em homenagem ao Mestre Manuel Cargaleiro, o presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão declarou hoje que a autarquia vai decretar três dias de luto municipal, que se inicia esta segunda-feira, dia 01 de julho", lê-se numa nota do município.
O pintor e ceramista Manuel Cargaleiro, que morreu hoje, em Lisboa, aos 97 anos, nasceu em Chão das Servas, Vila Velha de Ródão, em 1927.
Na nota de pesar, o presidente da autarquia, Luís Pereira, "expressa profundo pesar e consternação pela morte do Mestre Manuel Cargaleiro, personalidade ímpar da cultura portuguesa", deixando "uma palavra de solidariedade e conforto" à mulher do pintor e ceramista e estendendo "as condolências à restante família e amigos".
O autarca recorda que, apesar de Manuel Cargaleiro "ter vivido grande parte da sua vida em Paris, nunca esqueceu as raízes beirãs, sempre presentes na sua obra e na ligação à terra natal".
"Pintor, ceramista, e escultor, o Mestre Manuel Cargaleiro distinguiu-se não só pela singularidade, riqueza e relevo da sua obra, com que alcançou reconhecimento nacional e internacional, mas também pela sua generosidade e humildade, que marcaram todos aqueles que com ele contactaram", salienta.
O pintor e ceramista Manuel Cargaleiro deixa uma vasta obra em Portugal e no estrangeiro, marcada pela inspiração no azulejo português, composições complexas, e uma paixão intensa por jogos de cor e luz.
Manuel Alves Cargaleiro nasceu em Chão das Servas, Vila Velha de Ródão, em 16 de março de 1927, e passou a infância numa olaria no Monte da Caparica, no concelho de Almada, para onde os pais se mudaram quando tinha apenas dois anos de idade.
Apesar da paixão precoce pelas artes, estudou durante três anos Ciências Geográficas e Naturais na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, porque era um grande apreciador da natureza, como confessou, e só depois, em 1949, ingressou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Em 1952 realizou a primeira exposição individual, no Secretariado Nacional de Informação, em Lisboa, e, dois anos depois, quando era professor de cerâmica na Escola Secundária António Arroio, em Lisboa, surgiu a oportunidade de expor as suas peças na Galeria de Março, que funcionou na capital portuguesa entre 1952 e 1954.
A sua obra foi fortemente inspirada no azulejo tradicional português, e também influenciada inicialmente pelo pintor e ceramista Lino António, o modernista que concebeu os vitrais da Aula Magna da Universidade de Lisboa e os frescos do átrio da Biblioteca Nacional de Portugal.
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