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MP tem até 30 de setembro para concluir inquérito do caso EDP/CMEC

Os procuradores do caso EDP/CMEC têm de concluir a investigação até 30 de setembro, após o vice-procurador-geral da República ter autorizado novo pedido de alargamento do prazo do inquérito existente há 12 anos, numa decisão já criticada pelos advogados.

MP tem até 30 de setembro para concluir inquérito do caso EDP/CMEC
Notícias ao Minuto

19:13 - 01/07/24 por Lusa

País Ministério Público

De acordo com o despacho do Ministério Público a que a Lusa teve hoje acesso, assinado por Carlos Adérito Teixeira, o vice-procurador-geral decidiu "prorrogar o prazo de encerramento do inquérito até 30 de setembro de 2024", aceitando a justificação dos procuradores de que está "em curso uma avaliação sobre a validade de diversos elementos de prova recolhidos no decurso do inquérito, avaliação que se tem por relevante" para o processo.

"Pese embora o longo tempo de pendência da investigação, reconhece-se, mais uma vez, a necessidade de conjugar as exigências que decorrem da finalidade do inquérito com as exigências de salvaguarda dos direitos dos investigados. Não podemos, contudo, deixar de enfatizar que o inquérito deve ser objeto de despacho de encerramento com a maior brevidade, devendo imprimir-se a devida e adequada celeridade", pode ler-se no documento datado de 28 de junho.

A defesa dos antigos administradores da EDP António Mexia e João Manso Neto já veio criticar este novo adiamento, depois de terem sido fixados anteriormente os prazos de 30 de abril e 30 de junho para a conclusão do inquérito e que foram sucessivamente prorrogados.

"Consideramos que este inquérito que dura inexplicavelmente há mais de 12 anos, e que já conta com 23 pedidos de adiamento ou prorrogação, já há muito que deveria ter sido encerrado", afirmaram os advogados João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa, numa reação enviada à Lusa.

Segundo fonte ligada ao processo, esteve em causa o pedido das defesas de Mexia e Manso Neto, bem como de João Conceição, administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro Manuel Pinho, para a análise da eventual contaminação de outras provas ou testemunhos que constam do processo e que os advogados entendem ter origem nos 3.277 'emails' apreendidos aos arguidos, cuja apreensão o Supremo Tribunal de Justiça anulou em outubro de 2023.

O Caso EDP/CMEC acabou por levar em dezembro de 2022 à acusação do ex-ministro Manuel Pinho, da mulher Alexandra Pinho, e do ex-banqueiro Ricardo Salgado por factos não relacionados com a empresa e os Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que estiveram na origem do inquérito aberto em 2012.

O julgamento terminou em junho com a condenação do ex-governante a 10 anos de prisão e do ex-banqueiro a seis anos e três meses (além da condenação de Alexandra Pinho a quatro anos e oito meses de pena suspensa).

O processo foi entretanto separado e António Mexia e João Manso Neto, arguidos desde 2017 neste processo, são suspeitos dos crimes de corrupção e participação económica em negócio, enquanto João Conceição é suspeito de corrupção passiva.

O inquérito investiga práticas de corrupção e participação económica em negócio nos procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

Leia Também: Tribunal recusa alargar prazo para Pinho e Salgado apresentarem recursos

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