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"Hoje em dia, um administrador hospitalar é um gestor de escassez"

O coordenador do Plano de Emergência da Saúde defendeu, no entanto, a necessidade de existir "um sistema de avaliação da 'performance' das administrações hospitalares".

"Hoje em dia, um administrador hospitalar é um gestor de escassez"
Notícias ao Minuto

22:10 - 03/07/24 por Notícias ao Minuto

País Eurico Castro Alves

O coordenador do Plano de Emergência da Saúde, Eurico Castro Alves, considerou, esta quarta-feira, "hoje em dia é muito difícil ser administrador hospitalar porque um administrador hospitalar é um gestor de escassez", mas defendeu a necessidade de haver um "sistema de avaliação da 'performance' das administrações hospitalares".

"Defendi que se construísse um sistema de avaliação da 'performance' das administrações hospitalares. Tenho de reconhecer que, hoje em dia, é muito difícil ser administrador hospitalar porque um administrador hospitalar é um gestor de escassez", começou por afirmar em entrevista à CNN Portugal.

Lembrando que faltam "recursos humanos, dinheiro, equipamentos e investimentos em obras", o responsável considerou que "há um longo trabalho para fazer" de forma a "gerir esta escassez".

Castro Alves disse ainda que "existem equipas de gestão mais adequadas à situação política e às necessidades daquele momento e daquele hospital" e "outras que não estarão tão adequadas", sendo, por isso, "importante criar-se um sistema de avaliação de 'performance' para ver quais as equipas que estão a cumprir com a sua missão e estão a ter bons resultados e as equipas que eventualmente não se conseguiram adaptar nem cumprir com a missão assistencial que lhe foi pedida".

Questionado sobre a necessidade de haver "mais rapidez" nas cirurgias oncológicas, o coordenador explicou que a "forma como o sistema funciona gera, muitas vezes, injustiças nas oportunidades e distribuição das intervenções cirúrgicas"

"Se formos aos históricos dos hospitais, é fácil encontrar doentes mais antigos na lista de espera e o caso é mais preocupante quando falamos de doentes oncológicos, que vão ficando para trás e, muitas vezes, doentes de patologia benigna são operados antes. Isto tem muito a ver com a própria eficiência da gestão dos blocos operatórios", disse.

Castro Alves afirmou ainda que na sua opinião de médico "nem deveria haver o tempo médio de resposta garantido" no caso dos doentes oncológicos, uma vez que estas patologias "têm de ter um tratamento rápido".

"Um doente que tem cancro não pode viver com esse cancro. E nós médicos todos sabemos isso", acrescentou.

Recorde-se que o coordenador do Plano de Emergência da Saúde, anunciou, na segunda-feira, que o Governo está a preparar medidas para responsabilizar as administrações dos hospitais pelas suas listas de espera cirúrgicas.

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