Rangel defende ser altura para "relançar" relação entre britânicos e a UE

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, defendeu hoje ser o momento para relançar a relação da Europa com o Reino Unido em termos de "cooperação e aproximação".

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Lusa
04/07/2024 11:47 ‧ 04/07/2024 por Lusa

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Ministro dos Negócios Estrangeiros

À margem de uma conferência sobre a União Europeia (UE) e no dia em que os britânicos elegem o seu novo governo, o chefe da diplomacia portuguesa considerou que "passados oito anos sobre o referendo do Brexit, quatro anos sobre as negociações para a saída, é altura de relançar a relação com o Reino Unido".

"Também penso que isso se nota em todos os candidatos (às eleições legislativas): a vontade de relançar a relação com a Europa em moldes que sejam de uma cooperação e aproximação", acrescentou.

Rangel afirmou que com o Reino Unido a adaptar-se ao Brexit e as questões levantadas pela saída do país da UE, as relações estiveram "numa certa letargia" e "criou-se um certo distanciamento".

"Portugal tem a mais velha aliança do mundo com o Reino Unido em termos de defesa. Tem relações históricas privilegiadas e acho que nós devemos aproveitar um novo impulso que agora se vai dar e que resulta das dinâmicas políticas internas".

Agora, o governo afirmou esperara que se regresse "aquilo que era um parceiro de facto fundamental", recordando que França, que terá a segunda volta das eleições legislativas no domingo, e o Reino Unido são "parceiros históricos e fundamentais para Portugal".

As eleições legislativas de hoje no Reino Unido têm como favorito o Partido Trabalhista, que poderão alcançar um resultado histórico e acabar com 14 anos do Partido Conservador no poder. 

O maior partido da oposição manteve uma vantagem de cerca de 20 pontos percentuais nas intenções de voto nos últimos meses e as últimas sondagens reiteraram a previsão de uma maioria absoluta histórica.

Os conservadores liderados pelo primeiro-ministro, Rishi Sunak, arriscam sofrer uma derrota ampla, da qual os Liberais Democratas também esperam beneficiar. 

De acordo com as projeções, o Partido Reformista (Reform UK) poderá ser outro dos vencedores deste escrutínio se conseguir eleger o líder, Nigel Farage, e garantir, pela primeira vez, vários assentos no parlamento.

Apesar das previsões consensuais das empresas de sondagens, a abstenção e os votos dos indecisos deixam espaço para potenciais surpresas. 

As mesas eleitorais abrem às 07:00 e encerram às 22:00 em Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, mas entretanto muitos eleitores já votaram por correspondência. 

Em Portugal e noutros países estrangeiros, os cidadãos registados podem optar por votar por correspondência ou por procuração, não existindo a possibilidade de voto presencial nas embaixadas ou consulados britânicos.

A legislação foi alterada em janeiro de 2024, permitindo que todos os britânicos que tenham estado fora do Reino Unido durante mais de 15 anos possam votar.

Ao todo vão ser eleitos 650 deputados para a Câmara dos Comuns, a câmara baixa do parlamento, através de um sistema de maioria simples ("first-past-the-post") em círculos uninominais. 

As eleições legislativas foram convocadas a 22 de maio por Rishi Sunak, surpreendendo políticos e analistas que esperavam que só se realizassem no final do ano. 

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