Ausência de ministros portugueses na Hungria tem "significado político"

O ministro dos Negócios Estrangeiros rejeitou hoje que haja um boicote político à presidência húngara do Conselho da União Europeia (UE), mas admitiu "significado político" na ausência de ministros portugueses das reuniões em Budapeste.

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Lusa
22/07/2024 13:40 ‧ 22/07/2024 por Lusa

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Paulo Rangel

"Aquilo que vou dizer está sujeito a uma revisão permanente. Nós [Portugal] teremos representação política [nas reuniões informais], mas não a nível ministerial [...]. Tem um significado político, mas não há aqui um boicote político", disse Paulo Rangel, após uma reunião ministerial, em Bruxelas.

 

O governante referia-se ao clima de mal-estar em que começou a presidência da Hungria do Conselho da UE, no dia 01 de julho e que vai até ao final do ano.

Logo na primeira semana, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, viajou para Kiev, depois Moscovo e Pequim. O encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, foi altamente criticado não só pela generalidade dos Estados-membros, mas também pelo presidente cessante do Conselho Europeu, Charles Michel, e pela presidente reeleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Aos encontros com Volodymyr Zelensky, Vladimir Putin e Xi Jinping seguiu-se a apresentação, por parte de Orbán, de uma proposta para acabar com o conflito no território ucraniano, que passa, entre outros pontos, por dialogar com a Rússia e deixar a China fazer a mediação do processo.

Portugal decidiu não fazer-se representar pelos ministros nas reuniões informais organizadas pela Hungria.

"Algo que ficou claro é que há uma esmagadora maioria de Estados-membros de condenaram as iniciativas de Viktor Orbán no quadro das relações com a Ucrânia. Apesar de Viktor Orbán não ter um título europeu, o facto de ter atuado desta maneira na presidência húngara cria uma contradição entre aquela que é a sua visão sobre como se devia lidar com o conflito na Ucrânia e aquela que é a visão da UE", completou o governante português.

Leia Também: Paulo Rangel deixa "palavra de respeito" pelo "legado e decisão" de Biden

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