A Direção-Geral da Saúde (DGS) registou desde o início do ano um aumento progressivo do número de internamentos hospitalares, relacionado com o parvovírus, com aparente pico em março.
A autoridade de saúde refere que são dados provisórios, mas adverte: "Estima-se que 30-40% das mulheres grávidas podem ser suscetíveis à infeção. A infeção nas primeiras 20 semanas de gestação pode conduzir a resultados adversos graves para o feto, como anemia, hidrópsia fetal e morte intrauterina, em até 10% dos casos".
Questionada acerca do aumento de infeções pelo parvovírus B19, que pode provocar a morte aos fetos até às 20 semanas de gestação, Ana Paula Martins garantiu que a DGS e os seus peritos "estão muito atentos" à questão.
A DGS emitiu recomendações aos profissionais de saúde que prestem cuidados a grávidas devido a um aumento de infeções pelo parvovírus B19.
De acordo com a DGS, cerca de dois terços da população são imunes à infeção pelo parvovírus B19, devido a infeções anteriores (15% das crianças pré-escolares, 50% dos adultos e 85% dos idosos).
Em 5 de junho, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) alertou para o aumento substancial de casos de infeção pelo parvovírus B19 em nove países da União Europeia desde março de 2024.
"A avaliação de risco do ECDC identificou as mulheres grávidas como um grupo populacional com risco, avaliado como baixo a moderado, pela suscetibilidade à infeção e pela gravidade do quadro clínico numa pequena percentagem de grávidas infetadas, e pelo impacto que a infeção pode ter no feto, em especial quando a infeção ocorre em gestações com menos de 20 semanas", indica a DGS.
O ECDC refere que os dados a nível europeu são limitados, uma vez que o parvovírus B19 não faz parte da vigilância de rotina a nível nacional em muitos países da União Europeia, incluindo Portugal.
"Embora na maioria dos casos o desfecho da gestação seja favorável, a infeção pode levar a complicações em 1 a 5% dos casos, pelo que deve ser dada particular atenção às manifestações clínicas, diagnóstico e referenciação, caso necessário", indica a DGS.
E como se transmite o parvovírus?
O parvovírus B19 transmite-se por gotículas respiratórias, contacto mão-boca, produtos derivados de sangue, transplante de medula óssea ou via transplacentária.
O vírus tem um período de incubação de quatro a 14 dias após a exposição, mas pode durar até três semanas e o doente é considerado infeccioso durante cinco dias, podendo ser assintomática.
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