Fundador do Comboio Presidencial oficializa processo contra CP e Chakall
A empresa assegurou que "perseguirá todos os meios legais para ver ressarcidos não só os prejuízos reputacionais como os lucros cessantes, num valor de dois milhões de euros", valor esse que "naturalmente deverá crescer caso o projeto CP/Museu/Chakall tenha continuidade".
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País Comboio Presidencial
A Lohad, antiga empresa dinamizadora do Comboio Presidencial, na Linha do Douro, deu entrada ao processo legal contra a CP, o 'chef' Chakall e a Fundação Museu Nacional Ferroviário por uso não autorizado de património intelectual, alegando "usurpação ilegal e destruição do multipremiado projeto ‘The Presidential Train’", foi esta quarta-feira anunciado.
Tal como comunicado em novembro de 2023, o organismo acusou a CP, a Fundação Museu Nacional Ferroviário e o empresário Eduardo Lopes (conhecido como ‘chefe’ Chakal) pela "violação do direito de propriedade industrial e concorrência desleal", além de "responsabilidade pré-contratual por violação de deveres comerciais", lê-se no comunicado enviado às redações.
"O processo que agora damos entrada nos tribunais provará, sem sombra de dúvidas, não só violação do direito de propriedade industrial e concorrência desleal, bem como a quebra de responsabilidade pré-contratual por violação de deveres comerciais", apontou a Lohad.
A empresa assegurou que "perseguirá todos os meios legais para ver ressarcidos não só os prejuízos reputacionais como os lucros cessantes, num valor de dois milhões de euros", valor esse que "naturalmente deverá crescer caso o projeto CP/Museu/Chakall tenha continuidade".
"Não só credibilidade do multipremiado projeto construído pela LOHAD foi destruída, e o bom nome da LOHAD e do seu CEO Gonçalo Castel-Branco gravemente danificado, como a reputação internacional que tanto demorámos a construir (e pela qual aceitámos investir recursos volumosos) no mercado turístico está hoje permanentemente deteriorada", acusou.
A Lohad argumentou que, "apesar da troca dos melhores chefs do país por uma celebridade sem credibilidade gastronómica", o projeto apresentado pela CP "mantinha o mesmo conceito, nome, preço, trajeto e know how (para o qual os novos intervenientes contactaram vários dos fornecedores do projeto anterior, know how esse propriedade da LOHAD)", tendo indicado que a empresa de transportes ferroviários "apostou então numa estratégia clara e premeditada de confundibilidade, ludibriando o público nacional e internacional para depois entregar um produto medíocre que naturalmente danificou o bom nome do empresário Gonçalo Castel-Branco e da LOHAD, empresa reconhecida internacionalmente pelos seus produtos de luxo de qualidade superior".
A entidade incluiu, nessa linha, screenshots do seu site e da página criada pela CP, que considerou ser "cópia do original". Além disso, continuou, também "menus, textos e até fotos são reproduzidas em detalhe para confundir o visitante, à utilização repetida- quer por parte dos próprios quer dos seus convidados- da marca, logótipo e tags digitais do projeto anterior, chegando até à partilha de posts promocionais da própria CP em que promoviam o seu projeto não só usando fotos do projeto anterior, como fotos do próprio empresário Gonçalo Castel-Branco".
No ano passado, a CP recordou que o Comboio Presidencial foi "originalmente propriedade da CP", tendo sido restaurado nas oficinas da empresa, pertencendo atualmente à Fundação Museu Nacional Ferroviário, com sede no Entroncamento (distrito de Santarém), onde pode ser visitado quando não está em circulação.
Quando questionado sobre as semelhanças com o anterior projeto, o presidente da CP, Pedro Moreira, defendeu que o novo serviço proporcionava "uma experiência completamente diversificada do anterior".
"Quisemo-lo fazer de uma forma muito mais democrática, com maior envolvimento da região. O que existia, a experiência anterior, não tinha um envolvimento tão grande. Havia um acordo com uma quinta, nós temos um acordo com 10 quintas e com vários restaurantes da região", advogou.
O comboio original remonta ao Comboio Real de 1890, tendo atravessado a monarquia, a 1.ª República e o Estado Novo com diferentes configurações, tendo como função oficial o transporte dos chefes de Estado. O último serviço oficial remonta aos anos 70 do século XX, ainda antes do 25 de Abril.
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