"Esta constituição do grupo surgiu porque recebemos um dossiê da Câmara Municipal a manifestar essa vontade", disse à agência Lusa Carlos Rabadão, explicando que no documento foram identificadas "necessidades e oportunidades que o município tem para avançar na área da formação".

Após a receção do dossiê, Carlos Rabadão nomeou, em maio, um grupo de trabalho com elementos das escolas superiores de Tecnologia e Gestão e de Educação e Ciências Sociais, o coordenador do núcleo de formação de Pombal do Politécnico de Leiria, e representantes do Município de Pombal e da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.

"O objetivo desta constituição do grupo de trabalho é analisar o estudo que foi feito pela Câmara, discuti-lo e os nossos professores também perceberem o que é que são as tendências futuras e as necessidades de formação futuras, e a rede existente no concelho, para perceber ao nível do ensino profissional e de alunos que possam querer fazer prosseguimento de estudos", adiantou.

O Politécnico de Leiria tem cinco escolas superiores (Leiria, Caldas da Rainha e Peniche) e dois núcleos de formação (Pombal e Torres Vedras). Nestes dois são apenas lecionados cursos técnicos superiores profissionais.

Carlos Rabadão recuou à sua candidatura à presidência Politécnico de Leiria para lembrar que anunciou, em caso de eleição, que iria reavaliar a estratégia dos núcleos de formação.

"Estar continuamente ou infinitamente a lecionarmos em Pombal e em Torres [Vedras] formações que temos nas nossas escolas não é caminho, não é sustentável para a manutenção do ensino superior nestes dois concelhos", defendeu.

Neste âmbito, este responsável referiu a necessidade de "perceber quais são as necessidades específicas de cada um destes concelhos" e "garantir que nunca poderá nascer uma escola noutro concelho" que seja conflituante ou que tenha ofertas formativas iguais às que existem.

Ainda segundo o presidente do Politécnico de Leiria, no documento apresentado pelo Município de Pombal o foco para formação são as áreas da sustentabilidade do território e do bem-estar.

"É a proposta apresentada pela Câmara Municipal. Uma coisa diferente é o que o grupo de trabalho vai fazer, que vai perceber exatamente quais são as necessidades do território, qual é a oferta formativa de nível secundário e perceber o que é que é viável que não seja conflituante com as nossas outras cinco escolas", declarou.

O estudo do grupo de trabalho deverá ser apresentado na última quinzena de setembro, seguindo-se a audição dos órgãos internos do Politécnico, "para perceber de que forma é que esta proposta pode ser acolhida na estratégia da instituição", acrescentou Carlos Rabadão.

O Instituto Politécnico de Leiria tem cerca de 14 mil alunos e 1.100 docentes. O pessoal não docente é na ordem dos 400.

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