Passaram-se 55 anos, mas há quem se lembre como se fosse hoje do sismo de magnitude 7,9 na escala de Richter, de 28 de fevereiro de 1969, que atingiu Portugal Continental, assim como o norte de Marrocos e parte de Espanha.
Ao contrário do que aconteceu esta segunda-feira, em que um sismo de magnitude 5,3 foi sentido em vários distritos do território continental mas não provocou danos pessoais nem patrimoniais, em 1969 morreram 13 pessoas e dezenas ficaram feridas.
Nessa sexta-feira de há 55 anos, noticiava o jornal República, extinto em 1976, que “tomadas de pânico milhares de pessoas fugiram para a rua em trajos menores” porque “a terra tremeu”.
Duas fotografias da primeira página do jornal mostravam carros danificados e uma varanda que se abateu, “na Rua de São Mamede ao Caldas, entre a Costa do Castelo e a Rua da Madalena.
Já o texto falava em “rostos espantados, onde nem sequer havia traços de sono, apesar de uma noite perdida” e “pessoas a caminho dos seus empregos, verdadeiros autómatos, ainda não refeitos do medo, do terror, de uma noite que dificilmente esquecerá”.
Além da intensidade do sismo, “que foi grande”, na altura, o que mais chocou as pessoas foi a sua “duração” de quatro intermináveis minutos, que deu tempo à população de “tomar consciência do perigo”.
Nesse dia, ainda não se sabia que a “dança macabra” registada acabaria por matar 13 pessoas, tal como foi, posteriormente, noticiado.
Apesar de o jornal estar a falar de Lisboa, o sismo foi ainda mais grave no Algarve, onde, pelo menos a aldeia de Bensafrim, perto de Lagos, ficou completamente destruída.
Recorde-se que o sismo sentido hoje, 26 de agosto de 2024, foi o mais forte dos últimos 50 anos. Apesar disso, até ao momento, não foram relatados danos.
Leia Também: Sismo. Marcelo elogia "boa coordenação entre Governo e Proteção Civil"