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Presença em bote foi "excessiva"? Montenegro justifica-se e atira farpas

A deslocação do chefe do Governo numa embarcação tem sido criticada nas redes sociais, mas também o socialista Eurico Brilhante Dias considerou, na sexta-feira, que a ação foi "excessiva" e revela "alguma falta de experiência".

Presença em bote foi "excessiva"? Montenegro justifica-se e atira farpas
Notícias ao Minuto

09:00 - 31/08/24 por Notícias ao Minuto

Política Helicóptero

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, justificou a sua presença no teatro de operações das buscas que decorrem desde sexta-feira na sequência da queda do helicóptero no rio Douro, tendo considerado que é sua “obrigação e responsabilidade, em nome do povo português, estar ao lado daqueles que também arriscam, mesmo nesta circunstância trágica, a sua vida".

 

"A presença do primeiro-ministro não foi motivo de nenhuma perturbação nas operações de busca. Fazer disso crítica ou caso eu acho que é um desrespeito também pelas instituições. Já não digo por mim, que eu sou muito pouco importante a esse respeito", disse, em declarações à imprensa, ao mesmo tempo que reforçou cumprir a sua “obrigação”.

O chefe do Executivo destacou ainda que teve oportunidade de ver a "magnitude da operação e de "estar pessoalmente com os mergulhadores, que estão também eles a desempenhar uma missão muito perigosa".

"A melhor maneira que podemos ter para demonstrar a nossa solidariedade, para além da nossa presença e palavra, é sobretudo o enaltecimento do trabalho, da dedicação patriótica de todos estes militares da GNR", disse.

A deslocação do chefe do Governo numa embarcação tem sido criticada nas redes sociais, mas também o socialista Eurico Brilhante Dias considerou, na sexta-feira, que a ação foi "excessiva" e revela "alguma falta de experiência".

"A presença talvez [se justifique], [mas] a ida ao bote é claramente excessiva e mostra - vamos ser simpáticos com o senhor primeiro-ministro - alguma falta de experiência", disse, em declarações à SIC Notícias.

Eurico Brilhante Dias apontou que a ida ao teatro de operações "deve ser particularmente cautelosa", tendo que, tal como nos incêndios de Pedrógão Grande, é "normal" que "as pessoas, de alguma forma, prestem atenção a quem está".

Ainda que, inicialmente, não se tenha manifestado da mesma forma, também o socialista Tiago Barbosa Ribeiro partilhou uma publicação de um internauta sobre o tema, que questionava a presença de Montenegro num bote.

“O que é que o primeiro-ministro está a fazer neste bote? Acha que isto é momento para ações de campanha?”, lê-se.

Mais tarde, o deputado partilhou uma fotografia do primeiro-ministro a bordo do bote, tendo denunciado tratar-se de uma "dolorosa falta de noção, de pudor, de sentido de Estado".

Também a socialista Isabel Moreira partilhou uma publicação de teor semelhante. "Acho que Portugal nunca teve um primeiro-ministro com tanta falta de noção. Tudo serve para fazer propaganda. Tudo", lê-se.

Recorde-se que o helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro pelas 12h50 de sexta-feira, próximo da localidade de Samodães, Lamego, e transportava um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.

O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.

Até ao momento foram localizados os corpos de quatro militares da GNR, continuando desaparecido um outro elemento.

Os militares têm entre os 29 e os 45 anos, três são naturais de Lamego, um de Moimenta da Beira e outro de Castro Daire, no distrito de Viseu.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários tem uma equipa no terreno a investigar o acidente.

O helicóptero acidentado, do modelo AS350 - Écureuil, é operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve.

[Notícia atualizada às 12h15]

Leia Também: Remover aeronave é "prioridade". GNR desaparecido pode estar "preso"

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