Segundo o responsável da ESSE, a "empresa notifica as pessoas para pagarem voluntariamente" e "há quem o faça", residindo o problema "na fase seguinte, na ausência de apoio da câmara para fazer tramitar os autos".
Explicou César Dias que cabe às "autarquias a responsabilidade de cobrar esses valores e de fazer tramitar esses autos" e que as "receitas ficam no lado as entidades municipais e não nos privados".
"Temos alguma antiguidade em algumas pessoas e há outras que já começaram a pagar", assinalou o administrador, que de um "problema que vem desde o início da concessão, há dois anos", já contabiliza "milhares de multas" por cobrar.
Para solucionar o problema, e uma vez que não estão a conseguir pagamento voluntário, César Dias disse ter sido feita uma tentativa junto da câmara "há relativamente pouco tempo", e que "isso foi tratado numa das reuniões trimestrais com o município a que o contrato de concessão obriga", acrescentando que "a câmara tem a perfeita noção, a cada trimestre, sobre o que aconteceu no trimestre anterior".
E prosseguiu: "o que me dizem é que, presentemente, não têm meios técnicos, nem informáticos para resolver o assunto".
Apesar do "prejuízo avultado", que "faz mossa na concessão e na exploração da mesma", o responsável assegura que a esta "não está em risco".
Em resposta à Lusa, a autarquia do distrito do Porto revelou estar a "desenvolver esforços para adquirir uma nova plataforma tecnológica que permitirá agilizar e otimizar o processo de cobrança".
"Salientamos que o contrato de concessão com a ESSE não está em risco e que ambas as partes estão a trabalhar ativamente na resolução das questões que possam impactar no bom funcionamento dos serviços de estacionamento no concelho", acrescenta a autarquia liderada pelo socialista Marco Martins.
A autarquia esclarece ainda que "o período de cobrança de multas de estacionamento em Gondomar é de quatro anos, pelo que todas as multas não cobradas até ao momento se encontram dentro do respetivo período de cobrança, pelo que é expectável que todas sejam cobradas".
Questionado se a situação pode acabar nos tribunais, César Dias preferiu mencionar que a "câmara sempre teve uma postura correta".
"Acredito que a curto prazo a situação se vai resolver", concluiu.
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