"Está aqui um grande aparato, com uma carrinha e funcionários da câmara que pretendem arrombar o espaço", contou, referindo que a USP chamou a GNR, por considerar que o comportamento da autarquia é ilegal.
Junto às instalações encontram-se alguns alunos e colaboradores da USP.
O espaço em causa (antigas escolas primárias no centro da cidade) é propriedade do município, mas a instituição alega haver um contrato celebrado pelas duas partes que autoriza a sua utilização pela Universidade Sénior, pelo período de 20 anos.
As atividades da instituição, indicou a dirigente, decorrem naquelas instalações há cerca de 10 anos, ao abrigo do contrato.
Contudo, no início deste ano, a autarquia solicitou as instalações para instalar no edifício os serviços de ação social, propondo em alternativa um espaço situado na localidade de Novelas, contígua à cidade.
Essa solução foi rejeitada pela instituição, por entender que a alternativa não se adequada às especificidades do serviço prestado, nomeadamente por não contar com acessos adaptados a seniores e não haver sequer transportes.
"Se fossemos para lá, haveria muitas desistências e seria a morte do projeto", alega a dirigente.
A USP alega ter interposto uma providência cautelar para tentar impedir a devolução do espaço à autarquia. Segundo Sofia Leal, houve uma decisão do tribunal, em julho, favorável à pretensão da instituição, pelo que, acentuou, o comportamento da câmara na manhã de hoje é ilegal.
Contudo, fonte do município reiterou na manhã de hoje que a decisão de retomar as instalações é legal e decorre de uma deliberação do executivo tomada por unanimidade.
Remete também para um esclarecimento de janeiro deste ano, no qual se referia ser "absolutamente falso" que a câmara esteja a "despejar" a Universidade Sénior, observando que cedeu as instalações em 2014, "a nível precário", com a possibilidade de reverter a cedência, em caso de necessidade.
O município entende, por outro lado, que as instalações alternativas sugeridas à associação, em Novelas, reuniam as condições necessárias.
A USP conta com 23 professores e 90 alunos.
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