A reação de Leitão Amarão surgiu hoje, no final do Conselho de Ministros, depois de o Patriarca de Lisboa, Rui Valério, ter criticado a eventualidade de o Governo impor quotas para imigração numa entrevista à Rádio Renascença na quarta-feira.
"O Governo tem uma visão sobre as migrações, quer a emigração portuguesa para o estrangeiro quer a imigração para Portugal, realista, humanista", salientou o governante.
Leitão Amaro afirmou que o Governo encontrou a "política migratória em verdadeiro descontrolo, com um caos operacional total sem capacidade de resposta no aparelho público, com regras erradas relativamente à entrada".
De acordo com o ministro da Presidência, responsável pela tutela das migrações, o Governo, face ao que encontrou, teve de "rever as regras, mudar a organização, ajustar os procedimentos e criar novas soluções".
"Temos várias regras que contribuem para uma imigração que chamamos migração regulada, mas é uma abordagem humanista, que sabemos que há migrantes económicos e há pessoas que precisam, os chamados requerentes de proteção internacional de asilo, pessoas em perfunda fragilidade que nós temos um dever humanitário de acolher", realçou.
"Linguagens de portas todas fechadas, de exclusão desumana de pessoas em carência total não têm parte no nosso léxico", sustentou.
Com uma visão política de migração regulada, humanista e realista, Leitão Amaro reforçou que as portas não estão "escancaradas nem totalmente fechadas".
"Este é um Governo que acredita, por um lado, numa imigração regulada com fiscalização com ordem e, por outro lado, numa imigração humanista, e isso significa não apenas relativamente à entrada, mas também a integração dos que chegam, que obviamente foi outra da área em que o aparelho do Estado estava profundamente em falha com seres humanos a quem nós abrimos as portas e depois esquecemos e ignorámos e não tratámos bem", acrescentou.
Na quarta-feira, Rui Valério disse à Rádio Renascença que impor quotas para a imigração pode "condenar alguém a condições de sobrevivência, senão mesmo de morte".
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