O último dos seis helicópteros Kamov que Portugal doou ao governo ucraniano no âmbito do combate à invasão iniciada pela Rússia em 2022 já está a caminho da Ucrânia.
A informação foi avançada pelo Ministério da Defesa Nacional, referindo que "saiu ontem [sexta-feira] das instalações da extinta EMA, em Ponte de Sor, o último camião com material Kamov com destino à Ucrânia".
Em comunicado, a tutela explica que "no âmbito das doações de material à Ucrânia, e tendo em conta o pedido dirigido pelo Governo da Ucrânia ao Governo de Portugal, em 23 de fevereiro de 2023, foi formalmente doada a frota de 6 helicópteros médios Kamov Ka-32A11BC, no estado de conservação em que se encontram".
"Após um longo período de incerteza e de negociações, o atual Governo, através do Ministério da Defesa Nacional, em articulação com o Ministério da Administração Interna, coordenou o transporte dos helicópteros, com as autoridades ucranianas, em particular com a Embaixada da Ucrânia em Lisboa e com o Ministério da Defesa ucraniano", diz a tutela.
Pode ver imagens da partida do material de Ponte de Sor na galeria que acompanha esta notícia.
Em outubro de 2022, a então ministra da Defesa, Helena Carreiras, anunciou que Portugal iria enviar para a Ucrânia os seis helicópteros russos de combate a incêndios que estavam sem licença para operar em Portugal, um dos quais inoperacional por ter sofrido um acidente.
A informação foi avançada por Helena Carreiras em Bruxelas, no final de uma reunião dos ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), na qual foi discutida a guerra na Ucrânia.
Em novembro de 2023, mais de um ano depois do anúncio da cedência à Ucrânia, as aeronaves ainda estavam em Portugal, com o anterior Governo a referir que aguardava da "contraparte ucraniana indicação sobre os próximos passos a adotar" nesse processo.
A doação destes seis helicópteros médios tinha sido solicitada pela Ucrânia a Portugal, ficando decidido que os aparelhos seriam cedidos no estado de conservação em que se encontravam.
Os Kamov foram adquiridos em 2006 pelo Ministério da Administração Interna, então liderado por António Costa.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
[Notícia atualizada às 10h51]
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