O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou, este domingo, que é "necessário dar algum tempo" às autoridades para "perceber" como é que cinco reclusos conseguiram fugir do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Lisboa, e pediu que não seja criado "alarme e alarido na opinião pública".
"Estou de acordo com o pedido de não se criar alarme nem alarido na opinião pública para não dificultar as investigações", começou por referir, em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém.
Marcelo considerou também que "é necessário dar algum tempo" para "se perceber como é que [a fuga] aconteceu". "Espero que as autoridades competentes procedam às investigações e as revelem em tempo oportuno", frisou.
Questionado sobre o "silêncio" da ministra da Justiça, Rita Júdice, sobre o caso, Marcelo considerou que "é importante as autoridades apurarem o que se passou" antes de o Governo se pronunciar.
"Sei que há uma preocupação de aceleração do tempo da opinião pública e da comunicação social, mas para quem investiga o tempo tem um valor fundamental para permitir a investigação", afirmou.
Reconhecendo que "pode demorar algum tempo" até se "saber exatamente" como ocorreu a fuga, o Presidente da República sublinhou que "é preferível apurar serena e cabalmente o que se passou" a ter "informações dispersas que criam confusão e esclarecem pouco", que podem até ajudar os reclusos.
O chefe de Estado fez ainda uma comparação com o acidente de helicóptero no rio Douro, no qual morreram cinco militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), e lembrou que na altura também só se pronunciou quanto "teve a certeza que tinham os dados todos".
"Tudo o que seja ter o máximo de informação segura é o ideal para haver pronúncias públicas, e sobretudo, oficiais", atirou.
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) anunciou, na manhã de sábado, que cinco reclusos fugiram do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, no distrito de Lisboa.
Uma avaliação preliminar, através das imagens de videovigilância, aponta que os cinco homens terão fugido pelas 10h00 "com ajuda externa através do lançamento de uma escada, que permitiu aos reclusos escalarem o muro e acederem ao exterior", refere a DGRSP.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e 61 anos.
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Condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, entre os crimes estão tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
[Notícia atualizada às 17h24]
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