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O dia em que cinco reclusos fugiram de uma cadeia de alta segurança

Cinco reclusos, quatro deles considerados violentos, fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, que tem um nível de segurança alta e um grau de complexidade de gestão elevado.

O dia em que cinco reclusos fugiram de uma cadeia de alta segurança
Notícias ao Minuto

20:08 - 09/09/24 por Lusa

País Vale de Judeus

A fuga aconteceu em pleno dia, de manhã, com os reclusos a escalarem o muro da cadeia através de uma escada lançada do exterior.

 

Os cinco evadidos, entre os 33 e os 61 anos, cumpriam penas entre os sete e os 25 anos de prisão (pena máxima) por tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

Portugal montou uma caça ao homem, envolvendo PJ, GNR e PSP, e pediu ajuda internacional.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu que não se crie alarme e se dê tempo para investigar a fuga dos reclusos.

A oposição questionou o silêncio do Governo, com o BE e a IL a exigirem explicações da ministra da Justiça no parlamento e o Chega do diretor-geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa.

A ministra Rita Alarcão Júdice prometeu declarações na terça-feira, à imprensa.

Hoje, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, admitiu que a fuga dos cinco reclusos "não é alheia" ao desinvestimento e à falta de recursos humanos nas prisões.

Seguem-se algumas perguntas e respostas sobre o caso e o sistema prisional português:

O QUE ACONTECEU?

Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no distrito de Lisboa.

Segundo uma avaliação preliminar da Direção-Geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP), a fuga aconteceu pelas 10:00, com os reclusos a subirem o muro da cadeia por uma escada lançada do exterior.

QUEM SÃO?

Dois dos evadidos são portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro.

Os restantes são estrangeiros: Shergili Farjiani, da Geórgia, Rodolf José Lohrmann, da Argentina, e Mark Cameron Roscaleer, do Reino Unido.

Têm idades entre os 33 e os 61 anos e cumpriam penas entre os sete e os 25 anos de prisão (pena máxima) por tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

Segundo o diretor-nacional da PJ, Luís Neves, quatro dos reclusos são "muito violentos, com enorme capacidade de mobilidade".

Um dos evadidos tinha sido transferido, por decisão do tribunal de execução de penas, do Estabelecimento Prisional de Monsanto, em Lisboa, que tem o nível máximo de segurança, para a cadeia de Vale de Judeus contra opinião técnica dos serviços.

Notícias ao Minuto © SNCGP/Facebook

QUANDO FOI DETETADA A FUGA? 

A fuga dos cinco homens foi registada pelos sistemas de videovigilância da cadeia pelas 09:56, mas só foi detetada 40 minutos depois, quando os demais reclusos regressavam às suas celas.

"Algo falhou, porque senão as pessoas não tinham fugido", assumiu no sábado o diretor-geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa, que se recusa demitir.

QUANTOS GUARDAS PRISIONAIS ESTAVAM AO SERVIÇO NA CADEIA QUANDO OCORREU A FUGA?

De acordo com Rui Abrunhosa, estavam 33 guardas em Vale de Judeus, número ligeiramente acima do recomendado.

O diretor-geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais reconheceu, no entanto, haver falta de guardas nas cadeias.

Para o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, seriam necessários em Portugal mais cerca de 1.500 guardas prisionais.

O QUE FOI FEITO PELAS AUTORIDADES?

A DGRSP anunciou a abertura de um inquérito interno, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção, coordenado pelo Ministério Público.

A PJ fez buscas no sábado na cadeia juntamente com guardas prisionais.

Nesse dia, em comunicado, o Sistema de Segurança Interna salientou "a estreita cooperação e coordenação entre as diversas entidades nacionais" e realizou reuniões com PJ, GNR, PSP e DGRSP para "partilhar informações".

Foi "agilizada a cooperação policial internacional".

A PJ apelou à população para que contacte as forças de segurança ou o 112 se tiver alguma informação sobre os evadidos.

QUANTOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS EXISTEM EM PORTUGAL?

De acordo com a DGRSP, 49, que se distribuem por três níveis de segurança (especial, alta e média) e dois graus de complexidade de gestão (elevado e médio).

No topo da pirâmide está o Estabelecimento Prisional de Monsanto, a única cadeia portuguesa que tem o nível de segurança especial, a par do grau de complexidade de gestão elevado.

Há depois 21 cadeias, incluindo a de Vale de Judeus, que têm nível de segurança alta e grau de complexidade de gestão elevado.

Descendo na hierarquia, existem 22 prisões com nível de segurança alta e grau de complexidade de gestão médio.

Na base da pirâmide, cinco cadeias com nível de segurança média e grau de complexidade de gestão médio.

QUANTOS RECLUSOS HÁ EM PORTUGAL?

À data de 31 de dezembro de 2023 havia mais de 12.000 reclusos, de acordo com estatísticas anuais da DGRSP.

Nesse ano fugiram nove.

E QUANTOS GUARDAS PRISIONAIS?

À data de 31 de dezembro de 2023 havia 4.082 guardas, segundo as mesmas estatísticas.

Leia Também: Sindicato lamenta ausência de plano de segurança e reação nas prisões

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