Quase 600 bombeiros enfrentam "cenário muito crítico" no Fundão

Os difíceis acessos e o vento forte estão a dificultar o combate ao incêndio que deflagrou na sexta-feira à tarde no concelho do Fundão, alertaram as autoridades locais, apontando para um "cenário muito critico".

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Lusa
14/09/2024 00:35 ‧ 14/09/2024 por Lusa

País

Incêndios

Paulo Fernandes, presidente da Câmara do Fundão, distrito de Castelo Branco, frisou hoje, em declarações aos jornalistas no local, que a autarquia tem todos os recursos no terreno, em articulação com as autoridades, para antecipar "todas as situações de risco perante a imprevisibilidade" do fogo, alertando para um "cenário muito crítico".

 

Num balanço pelas 23:45 de sexta-feira, o vice-presidente da Câmara do Fundão, distrito de Castelo Branco, Miguel Gavinhos, explicou à Lusa que na frente na zona de Barroca do Zêzere, o fogo continua a avançar e já ocorreu uma projeção para o outro lado do rio Zêzere.

"Confirmaram-se as piores notícias. A projeção está a ganhar alguma dimensão e a avançar", frisou, explicando que estava a cominho dos concelhos da Covilhã (Castelo Branco) ou Pampilhosa da Serra (Coimbra).

Na frente de Silvares, Miguel Gavinhos referiu que as habitações continuam protegidas pelos meios no local, mantendo-se a "apreensão dos habitantes".

Nessa zona, o objetivo dos operacionais é "evitar que passe a margem do rio Zêzere para o concelho da Covilhã.

"Estão a tentar conter o incêndio entre a Estrada Nacional 238 e o rio Zêzere", explicou.

Além do vento, a dificultar o combate ao fogo que mobiliza quase 600 operacionais estão os acessos difíceis devido à mancha densa de floresta, só contornado com "auxilio mecânico através de máquinas de rasto ou fazendo esperas em vias rodoviárias".

Já o comandante do Comando Sub-regional das Beiras e Serra da Estrela, António Fonseca, destacou que os operacionais estão a garantir o perímetro de segurança para as habitações nas várias localidades no caminho do fogo, sendo essa uma preocupação durante a noite.

Em declarações aos jornalistas no local, pelas 00:00 de hoje, António Fonseca apontou que as próximas duas ou três horas serão fundamentais, referindo um "acréscimo da velocidade do vento" que criaram condições de "quase de uma tempestade de fogo".

O comandante da Proteção Civil destacou ainda que já falou com o comandante da Proteção Civil de Coimbra sobre o avanço do fogo e que vão juntar-se aos trabalhos mais duas máquinas de rasto, às sete que já estão no terreno.

Ao início da noite de sexta-feira fonte do comando nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) tinha adiantado à Lusa que durante a tarde um bombeiro da corporação do Fundão sofreu ferimentos ligeiros durante os trabalhos.

A Estrada Nacional 238 (EN 238) foi cortada entre Lavacolhos e Barrocas.

O incêndio deflagrou às 12:35 de sexta-feira, em zona de mato, em Silvares, e, pelas 00:15 de hoje, estavam no local 575 operacionais, apoiados por 182 viaturas, de acordo com o sítio na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Leia Também: Fogo no Fundão tem frente de 2,5 quilómetros. Um bombeiro ferido

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