Combate às chamas em Aveiro foi "muito profícuo"

Os bombeiros conseguiram hoje dominar algumas das frentes dos quatro incêndios que lavram no distrito de Aveiro, mas a situação mantém-se complicada, apesar de as condições serem "mais favoráveis" do que na segunda-feira, informou a proteção civil.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
17/09/2024 20:45 ‧ 17/09/2024 por Lusa

País

Incêndios

"O combate [durante o dia] foi muito profícuo. Conseguimos dominar algumas das frentes que nos causavam mais incómodos, mas continuamos com pontos de abertura muito complexos. Ou seja, zonas onde o incêndio ainda nos poderá vir a dar problemas", disse o segundo comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre.

 

O responsável, que falava aos jornalistas durante um 'briefing' realizado pelas 19:30, no posto de comando distrital, em Oliveira de Azeméis, referiu ainda que nenhum destes quatro incêndios, que lavram em Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha, Oliveira de Azeméis e Águeda, se encontra em resolução, adiantando que a frente deste último é a que continua a dar "mais problemas" aos bombeiros.

"A principal frente deste incêndio, neste momento, é a frente voltada a Águeda. Estamos a falar à volta de 17 quilómetros de frente. No resto do teatro de operações temos bastantes pontos quentes e algumas frentes muito partidas. O incêndio é muito rendilhado, o que nos causa sempre problemas em termos de colocação de meios", explicou o comandante.

Mário Silvestre disse ainda que ao longo do dia registaram-se reativações, em virtude quer da topografia, quer do vento que se fez sentir momentaneamente em algumas zonas.

Apesar de se esperar uma redução da temperatura durante a noite e madrugada, o que favorece o combate aos incêndios, o comandante realça que "o fator mais preponderante é o vento".

"Se tivermos a velocidade do vento que tivemos ontem, temos de ter as coisas muito bem consolidadas e os flancos muito bem fechados para que não tenhamos problemas durante a noite", acrescentou.

O comandante afirmou que, ao longo do dia, tem sido feito um "refrescamento" dos recursos, ou uma "gestão de esforço", retirando alguns grupos quando perdem capacidade e colocando-os em descanso.

Mário Silva disse ainda que, neste momento, não há condições para desmobilizar ninguém, mantendo-se todo o dispositivo no terreno, que no dia de hoje foi composto por 1.434 homens, apoiados por 470 veículos, 11 máquinas de rasto e cinco meios aéreos.

Por fim, o comandante lamentou a morte dos três bombeiros que ocorreram hoje no combate ao incêndio em Tábua (Coimbra), enviando um "abraço sentido" à corporação destes bombeiros e às famílias enlutadas.

Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.

O Governo declarou hoje a situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar "toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências", numa reunião presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a convite de Luís Montenegro.

Leia Também: Proteção Civil antevê "noite complicada" com vento forte

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