O objetivo da RSA é "reforçar a importância da colaboração e solidariedade entre as freguesias em momentos de crise", afirma o presidente da Anafre, Jorge Veloso (PS), citado em comunicado, sublinhando que "os autarcas de freguesia são sempre a primeira resposta às comunidades que servem".
Criada no âmbito dos incêndios que atualmente afetam as regiões Norte e Centro de Portugal continental, a rede vai permitir saber, de forma imediata, que autarquias precisam de apoio e quais aquelas que o podem prestar, sendo facilitada "através de um formulário que põe em contacto direto as várias freguesias: as que têm meios para disponibilizar e as freguesias que necessitam desse apoio".
Realçando a gravidade da situação que o país vive com os incêndios rurais, Jorge Veloso adianta que a Anafre irá coordenar a informação fornecida e facilitar a comunicação entre freguesias "com base na proximidade geográfica e na similitude entre procura e oferta", permitindo depois que os autarcas articulem entre si.
Apesar de a RSA surgir em resposta à situação crítica causada pelos incêndios que se encontram a decorrer atualmente no país, "é pretensão da Anafre que a Rede Solidária de Autarcas possa permanecer ativa para qualquer outra situação de necessidade dos territórios".
Atualmente existem 3.091 freguesias, das quais 2.882 freguesias no Continente, 155 na Região Autónoma dos Açores e 54 na Região Autónoma da Madeira.
Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.
Leia Também: Montenegro traça objetivo do PSD de reassumir liderança da ANMP e ANAFRE