Em comunicado, a CVP dá conta de que "intensificou a resposta às graves consequências dos incêndios rurais que devastaram várias regiões do país".
"Para assegurar uma resposta eficaz e eficiente, a Cruz Vermelha Portuguesa apela agora à generosidade da população para o seu Fundo de Emergência. Este fundo é uma ferramenta essencial para fornecer assistência imediata às comunidades afetadas", lê-se no comunicado.
A organização explica que as doações em dinheiro permitem uma gestão eficiente dos recursos, "garantindo que a ajuda chegue onde é mais necessária e evitando problemas logísticos associados a doações materiais".
A CVP adianta que tem um destacamento de 190 operacionais e 90 viaturas e que "acumulou já cerca de 2.500 horas de apoio direto", com uma área de intervenção que foi desde Aveiro (Travanca, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga, Águeda e Arouca), Viseu (São Pedro do Sul, Castro D´aire, Tábua, Nelas, Penalva do Castelo e Viseu), Coimbra, Castelo Branco (Louriçal), Cabeceiras de Basto, Gondomar, Sobreira/Paredes, Paços de Ferreira, Póvoa do Lanhoso ou Fafe.
Citado no comunicado, o presidente da CVP, António Saraiva, justifica o apelo com o facto de os donativos materiais, comuns em situações de emergência de grande escala, criarem "desafios logísticos" e poderem não corresponder às necessidades no terreno.
"[As contribuições monetárias] permitem-nos uma resposta ágil e eficaz, alinhada com as necessidades reais e minimizam desperdícios. Os portugueses têm demonstrado ser um povo extraordinariamente solidário e, com o seu apoio contínuo, faremos a diferença nas vidas das comunidades afetadas por esta calamidade", garantiu o responsável.
A CVP adianta que as contribuições monetárias podem ser feitas por transferência bancária (IBAN: PT50 0010 0000 3631 9110 0017 4), MBWay (918 391 794) ou através de chamada para a Linha de Valor Acrescentado (761 101 101 [custo da chamada 1 euro + IVA]).
Refere ainda que em curso tem equipas de intervenção em saúde mental, com acompanhamento psicológico, oficiais de ligação em postos de comando, veículos de transporte múltiplo, Técnicos de Emergência Médica e Ambulâncias de Suporte Básico de Vida, equipas médicas, veículos de comando e comunicação e uma equipa nacional de resposta e desastres, além de um abrigo temporário de emergência.
Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.
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