Marcelo e Montenegro sobrevoaram área ardida em Vila Real

O primeiro-ministro disse hoje, em Zimão, aldeia de Vila Pouca de Aguiar atingida pelos incêndios, que o Governo está a utilizar todos os instrumentos possíveis com um caráter de excecionalidade face à dimensão da tragédia.

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Lusa
30/09/2024 13:57 ‧ 30/09/2024 por Lusa

País

Incêndios

Ao seu lado, o Presidente da República frisou que é "extremamente importante" fazer o levantamento rápido dos prejuízos e pediu para que não se esqueça o lado humano que marcou e marca as pessoas que afetadas pelos fogos.

 

Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro sobrevoaram de helicóptero a área ardida no concelho do distrito de Vila Real e deslocaram-se, depois, em autocarro até à pequena aldeia onde ouviram as histórias de quem perdeu bens para as chamas.

Franklim Alves viu destruída a casa onde vivia, Ondina e Bruno Fernandes perderam 300 rolos de feno para alimentação das 40 vacas e 100 ovelhas e o espanhol Leopoldo Chousal, 65 anos, viu arder um armazém, em Sabroso de Aguiar, onde tinha o escritório da empresa de importação e exportação de flores e hortícolas, documentação, máquinas, empilhadoras, arcas frigoríficas grandes e plantas.

Depois do fogo, Leopoldo foi a Espanha passar uns dias para recuperar e, hoje, Luís Montenegro enalteceu o facto de ter voltado e de estar, aqui, neste processo de recuperação.

"Agora fica, voltou para ficar", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que disse que, em matéria de fogos, tem estado sempre com o Governo e o primeiro-ministro.

À população que o rodeou em Zimão, Luís Montenegro disse que o desafio é fazer o levantamento dos prejuízos, com a ajuda da câmara de Vila Pouca de Aguiar, juntas e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Admitindo ter ficado tocado com o empresário espanhol que voltou, depois da destruição da empresa, e que está aqui "para dizer que quer continuar, o chefe do Governo quis deixar uma palavra de esperança.

"Estamos aqui para poder contribuir com o esforço do Governo em tudo aquilo que é necessário para recuperar, sejam as habitações, sejam as explorações agrícolas, sejam as empresas e acreditar em Portugal, acreditar que temos futuro", afirmou.

Questionado sobre a celeridade dos procedimentos respondeu: "Não quero estar a atirar os foguetes antes do tempo, mas há uma coisa que me parece óbvia, nós fomos capazes de ir para o terreno ainda os incêndios estavam a decorrer, com o senhor ministro Adjunto e da Coesão e uma equipa multidisciplinar que foi criada com a participação de vários ministérios".

"Estamos a utilizar todos os instrumentos que é possível utilizar com um caráter de excecionalidade face à dimensão da tragédia", realçou Montenegro, garantindo que o Governo interveio no primeiro momento para se fazer o levantamento e já tomou decisões.

O primeiro-ministro recordou os 100 milhões de euros que estão disponíveis para iniciar o processo de recuperação, o acordo com a Comissão Europeia para utilização até 500 milhões de euros de fundos de coesão e as áreas que foram definidas como prioritárias, em primeiro lugar as pessoas e as suas habitações, e depois todo o tecido económico".

Na conversa que foi tendo com populares, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que as histórias dos afetados não vão cair no esquecimento e que referiu que é preciso apoiar esta gente o mais rapidamente possível.

Questionado sobre se vai pressionar o Governo na matéria de apoios e que os apoios cheguem rápido ao terreno respondeu: "A presença do Presidente da República quer dizer isso mesmo, o Presidente da República que ainda por cima tem a memória do que se passou em 2017 sabe o que correu bem depois e o que correu mal depois".

Neste périplo pela áreas ardidas, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro estão acompanhados pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, da Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e do secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Ribeiro.

Em Vila Pouca de Aguiar, deflagraram quatro grandes incêndios, em pontos distintos do concelho, que queimaram cerca de 10 mil hectares, principalmente de pinhal, mas também culturas agrícolas (soutos, avelaneiras, vinhas e olivais), três armazéns agrícolas, um armazém industrial, depósitos de água e uma casa de primeira habitação.

Os fogos, que decorreram entre os dias 16 e 19 de setembro, queimaram cerca de 20% da área do concelho e só não atingiram três das 14 freguesias do concelho.

Leia Também: Fogos. "Temos 100 milhões de euros disponíveis para iniciar recuperação"

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