Ministra recusa responder sobre fogos por não serem motivo da audição

A ministra da Administração Interna recusou hoje responder aos deputados sobre os incêndios florestais que lavraram no país na terceira semana de setembro, alegando que esse não era o motivo da audição parlamentar pedida pelo PS e PCP.

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© Gerardo Santos / Global Imagens

Lusa
09/10/2024 11:52 ‧ 09/10/2024 por Lusa

País

Incêndios

"As questões [colocados pelo deputados] saem um pouco do âmbito desta interpelação" e "não vou responder às perguntas porque se cingem a matérias que não estavam nos requerimentos" foram as respostas de Margarida Blasco quando era questionado pelos deputados da oposição sobre os incêndios que assolaram as regiões norte e centro do país na terceira semana de setembro, provocaram nove mortos e consumiram cerca de 135 mil hectares de floresta.

 

A ministra remeteu informações para o dia 22 de outubro quando vai estar novamente na Assembleia da República para uma audição regimental.

Margarido Blasco disse ainda que nessa altura já terá o relatório final da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) sobre "o que correu bem ou mal" nos fogos de 2024.

A audição da ministra da Administração Interna, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, foi pedida pelo PCP, sobre os meios de proteção civil disponíveis para o combate aos fogos rurais nos meses de verão de 2024, e pelo PS, sobre a gestão dos meios de proteção civil no incêndio ocorrido, em agosto, na Madeira.

"Aquilo que posso dizer é que foi o maior dispositivo operacional que esteve no terreno, obviamente que no dia 22 partilharei convosco as análises e os relatórios que teremos para vos apresentar", precisou a governante.

Por sua vez, o secretário de Estado da Proteção Civil afirmou que, naquela semana, "houve mobilização de meios" e os operacionais foram preposicionados para ficarem mais perto dos eventuais locais de incêndios, tendo em contas as previsões das condições meteorológicas que existiam.

No entanto, Paulo Ribeiro admitiu que houve "um constrangimento" e afirmou: "no espaço de três dias com condições meteorológica tão severa existiram mais e 1000 ocorrências e chegamos a uma certa altura que é difícil mobilizar muito mais gente".

Nove pessoas morreram e 175 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram a terceira semana de setembro sobretudo as regiões Norte e Centro do país. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil exclui desta contagem os dois civis que morreram de doença súbita.

Estes incêndios provocaram 135 mil hectares de área ardida, segundo o sistema europeu Copernicus e destruíram dezenas de casas.

[Notícia atualizada às 12h46]

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