"Ainda os incêndios estavam, muitos deles, no seu pico de intensidade e já o Governo estava no terreno para tentar minimizar aquilo que eram os impactos na vida das pessoas e para tentar, sobretudo, estimular e incentivar a recuperação e a reposição da normalidade", afirmou Luís Montenegro.
O primeiro-ministro lembrou que enquanto o Governo estava "empenhado em combater as chamas e proteger as vidas humanas e os pertences de cada um", estava, "ao mesmo tempo a formar uma equipa multidisciplinar no terreno" liderada pelo ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Em Penalva do Castelo, Montenegro disse não estar ali para "deitar foguete nenhum", mesmo tendo em conta que o apoio chegou em menos de um mês, já que os incêndios decorreram na semana de 16 de setembro.
"Mas venho dizer-vos que, não me lembro, menos de um mês depois do evento que provocou o prejuízo nas vossas plantações, nas vossas terras, nos vossos equipamentos, nós estamos em condições de dizer que, alguns, já têm hoje na conta o valor que lhes foi atribuído para poderem retomar a sua atividade", destacou.
Outros, continuou, "vão ter na próxima segunda-feira e isto tem a ver com questões administrativas, e outros, que ainda estão no processo de desenvolvimento, não faltará muito tempo para poderem ter essas ajudas".
Perante uma assembleia de agricultores e autarcas, Luís Montenegro disse que o Governo tem "em curso um conjunto de instrumentos" que quer "o mais rapidamente colocados na vida das pessoas".
"Para a recuperação das habitações de quem perdeu habitação, para a reposição das atividades económicas das empresas que tiveram prejuízos, que tiveram incapacidade de poder continuar a laborar", adiantou.
Mas também, continuou, "para a reanimação e reordenamento da floresta, para a recuperação de muitas das infraestruturas que ficaram também danificadas e para a retoma da atividade agrícola com a maior rapidez e celeridade".
Em Penalva do Castelo foram 19 os agricultores a receber o apoio, num total de 107 mil euros, "alguns com o valor máximo", num total de seis mil euros, os que "tiveram maiores prejuízos".
"Hoje nós evocamos uma indemnização conjunta em Penalva do Castelo na ordem dos 107.000 euros, mas temos na mira ainda mais 200 que carecem ainda o nosso apoio", adiantou.
O presidente da Câmara Municipal de Penalva do Castelo, o socialista Francisco Carvalho, lembrou o líder do Governo que o seu concelho "vive da agricultura, da maçã Bravo de Esmolfe, do vinho da região do Dão e do queijo da Serra da Estrela".
"Os nossos agricultores precisam de sentir que o Governo e a CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] não nos vai abandonar", afirmou Francisco Carvalho.
Francisco Carvalho lembrou que Penalva do Castelo tem "pouco mais de 7.000 habitantes" e entre eles estão agricultores que produzem "mais de 10 milhões de litros de vinho do Dão, contribuindo para o aumento do PIB nacional".
"É isto que quero pedir ao senhor primeiro-ministro, que nos motive, porque os nossos agricultores do vinho, da maçã e do queijo ficaram muito abalados com aquilo que aconteceu", sublinhou.
No dia de hoje, entre Penalva do Castelo, no distrito de Viseu, e Albergaria-a-Velha, distrito de Aveiro, o primeiro-ministro entregou o apoio financeiro a 44 agricultores, 25 deles receberam o teto máximo, 6.000 euros, disse à agência Lusa fonte do Governo.
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