"Não podemos contribuir para a degradação da imagem da Metro, mas não podemos ficar sentados à espera. Temos de procurar a justa medida e a justa medida é dizermos 'não mintam aos portuenses'", afirmou Rui Moreira, durante a reunião do executivo municipal.
O autarca, que numa apresentação aglomerou várias notícias sobre as diferentes obras do metro em curso na cidade, denunciou os "atrasos sucessivos" em todas as frentes de obra do metro.
"Ninguém acredita que a linha Rosa vai estar terminada em julho do próximo ano", apontou.
A conclusão da empreitada de construção da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, está prevista para julho de 2025 e a linha deverá entrar em funcionamento nesse verão, segundo a Metro do Porto.
A propósito da linha Rosa, Rui Moreira adiantou que o município foi confrontado com um novo pedido da metro "para voltar a abrir as Cardosas", o que implica voltar a desviar o trânsito pelo Largo dos Loios.
"Precisam de mais uma obra que estimam em três ou quatro semanas", referiu, dizendo ter questionado a empresa se a empreitada se prendia com a implementação da linha do elétrico.
"Dizem que não, que para o ano vão intervir novamente", afirmou, acrescentando que o serviço de elétrico está "com uma quebra de receita extraordinária".
Na madrugada de 21 de junho, a Avenida dos Aliados e a Praça Almeida Garrett ficaram parcialmente desimpedidas das obras da linha Rosa.
Rui Moreira adiantou ainda que a Metro do Porto pretende "fazer uma nova intervenção na Rotunda da Boavista, utilizando o mesmo método que levou à condenação de algumas daquelas árvores".
"Considero que a população tem sido sucessivamente enganada e é isso que não podemos tolerar", afirmou.
Pelo PSD, a vereadora Mariana Ferreira Macedo criticou a atuação da Metro, que acusou de promover uma "comunicação falsa". Também o vereador social-democrata Alberto Machado considerou que os atrasos nas frentes de obra potenciam "descrença e descrédito" dos cidadãos na Metro.
"A Metro tem de falar verdade aos portuenses e tem de dizer o que se está a passar. O solo do Porto não é fácil, mas há 20 anos também não era. É preciso ordenamento", referiu Alberto Machado, condenando a atitude da atual administração.
Já a vereadora Ilda Figueiredo, da CDU, criticou a falta de planeamento da Metro, com a qual o vereador Sérgio Aires, do BE, concordou, defendendo que "nenhuma força política pode fazer alguma coisa" a não ser condenar a atuação da Metro.
Aos vereadores, o autarca independente disse ainda que o município questionou a metro sobre as festividades do final de ano na Avenida dos Aliados, mas que "não obteve nenhuma resposta".
"A Metro entende que não tem de informar o município se vamos poder fazer o fim do ano ou não, eu presumo que não, mas era conveniente que a metro pudesse partilhar connosco e dissessem 'não vai ser possível'", indicou, lembrando que o município tem em breve de lançar concursos públicos.
Em meados de julho, a Metro do Porto afirmou, numa carta enviada ao grupo de trabalho da Assembleia Municipal, que iria fazer os possíveis para que a Praça da Liberdade ficasse desimpedida dos trabalhos da linha Rosa até ao final do ano.
Com um custo total que ascende aos 304,7 milhões de euros, a linha Rosa terá ligação às atuais estações de metro Casa da Música e São Bento, e terá estações intermédias no Hospital de Santo António e Praça da Galiza.
[Notícia atualizada às 15h50]
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