Num comunicado hoje enviado, a autarquia liderada pelo independente Rui Moreira refere que o requerimento da Metro do Porto, para o condicionamento da via, "deu entrada nos serviços municipais apenas ontem, quinta-feira".
Em causa está o anúncio, pela transportadora, de que a Via Panorâmica estaria condicionada durante dois meses a partir da próxima quarta-feira (23 de outubro), sendo os movimentos rodoviários e pedonais "assegurados por uma nova via provisória que vai funcionar enquanto desvio alternativo para automóveis e peões".
Porém, no comunicado de hoje, a Câmara do Porto refere que a autorização para o condicionamento "ainda se encontra em apreciação pelos serviços municipais da Mobilidade, considerando o forte impacto que terá nos acessos ao Porto, pela Ponte da Arrábida, e nos acessos ao Campus Universitário do Campo Alegre".
Além disso, a autarquia refere que, no requerimento recebido, "a Metro do Porto solicita o condicionamento de trânsito na Via Panorâmica a partir do dia 31 de outubro, e não a partir do dia 23 de outubro, como veiculado nos meios de comunicação social".
Segundo a autarquia, o comunicado da Metro "não corresponde à verdade".
O requerimento em causa "diz respeito à autorização para explosões, nos dias úteis, às 7 e às 15 horas da tarde, com duração estimada de 30 minutos por cada pega de fogo, e por um período estimado de 60 dias".
No comunicado enviado quinta-feira pela Metro do Porto, a transportadora falava num condicionamento "fundamental para a execução de desvios de infraestruturas profundas de redes de abastecimentos, que irão permitir construir a ligação sul à nova estação da Linha Rubi" no Campo Alegre.
A Câmara do Porto refere hoje que o condicionamento "implica um estrangulamento da Via Panorâmica numa extensão aproximada de 500 metros, resultando numa interrupção dos dois acessos ao túnel do Campo Alegre, entrada pela Praça da Galiza e pelo Bom Sucesso".
Na comunicação da Metro do Porto, não há qualquer referência a interrupções nos acessos ao túnel do Campo Alegre.
Segundo o mapa constante do comunicado de quinta-feira da Metro do Porto, o desvio a implementar será instalado a ocidente da atual ligação entre as duas faculdades, por cima do antigo descampado utilizado como parque de estacionamento informal.
Segundo o mapa, tal como sucede atualmente, permitirá, num sentido, o acesso à Rua do Campo Alegre e, no sentido inverso, o acesso à faculdade de Arquitetura para quem circule vindo da Ponte da Arrábida.
Na segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defendeu a necessidade da Metro do Porto "não mentir" aos munícipes relativamente aos atrasos nas frentes de obra, dizendo que a empresa pública "tem uma responsabilidade acrescida".
"Não podemos contribuir para a degradação da imagem da Metro, mas não podemos ficar sentados à espera. Temos de procurar a justa medida e a justa medida é dizermos 'não mintam aos portuenses'", afirmou Rui Moreira, durante a reunião do executivo municipal.
O valor global de investimento da Linha Rubi (Casa da Música-Santo Ovídio, incluindo nova ponte sobre o rio Douro) é de 435 milhões de euros, um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o Douro, a ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha, que será exclusivamente reservada ao metro e à circulação pedonal e de bicicletas.
Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e, no Porto, Campo Alegre e Casa da Música.
A empreitada tem de estar concluída até ao final de 2026.
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