Polémica com Rangel? Governo e FA "minimizaram o problema"

O Presidente da República afirmou hoje que falou com Governo e Forças Armadas e ambos "minimizaram o problema" ocorrido com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, na base aérea militar de Figo Maduro.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
24/10/2024 22:00 ‧ 24/10/2024 por Lusa

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Presidente da República

Em declarações aos jornalistas, no fim de uma visita ao Museu do Design, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que a versão que lhe chegou foi que "houve equívocos" e que as autoridades militares que ouviu afastaram que houvesse "algum melindre ou alguma razão de queixa".

 

"A mim o que me chegou foram versões muito coincidentes que minimizaram o problema", acrescentou o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas.

O Presidente da República realçou que "o Governo diz uma coisa e as autoridades militares dizem a mesma coisa", que "corresponde a uma desdramatização".

Em causa estão notícias de alegadas ofensas dirigidas por Paulo Rangel ao chefe do Estado-Maior da Força Aérea e outros militares na base aérea de Figo Maduro na noite de 04 de outubro, em que chegou um voo de repatriamento de portugueses do Líbano, o que já levou o PS e o Chega a pedir a audição parlamentar do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

Questionado sobre este assunto, Marcelo Rebelo de Sousa começou por responder que procurou informar-se "junto do Governo, naturalmente, do senhor primeiro-ministro, e junto das Forças Armadas acerca do que se tinha passado".

"E aquilo que me chegou, de um lado e de outro, corresponde a uma desdramatização e uma versão que se traduz desta maneira, para simplificar, e que eu aliás já vivi, já me aconteceu", disse.

O Presidente da República recordou situações que lhe aconteceram "duas ou três vezes na chegada de evacuados e de refugiados" à base aérea de Figo Maduro: "É eu dirigir-me porque tinha a informação que era um sítio, e eles saíam por outro sítio".

Marcelo Rebelo de Sousa realçou, depois, que "na altura era mais fácil, porque não havia o que existe já há algum tempo, que é uma separação, por razões de segurança, que nem mesmo com o Presidente a chegar lá é fácil de abrir, porque, se não tiver havido prevenção e não estiver tudo preparado, eu tenho de esperar pela abertura".

"Eu admito que tenha acontecido aquilo que já me incomodou algumas vezes, porque normalmente é noite, madrugada, em que se tem uma indicação dos serviços de apoio nossos de que é num sítio, depois não é nesse sítio, é noutro", sugeriu.

Interrogado se ficou totalmente esclarecido com as informações que obteve do Governo e das Forças Armadas, o chefe de Estado respondeu: "Eu fiquei esclarecido que não encontrei uma versão que fosse muito diferente uma da outra e que fossem muito graves". Ressalvou, porém, que "não estava lá" e que a situação não foi com ele.

"Mas comigo aconteceu, não foi nada ofensivo, mas houve realmente um desencontro administrativo", reiterou.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, declarou que conhece este episódio "com minúcia" e manifestou "total confiança" no ministro dos Negócios Estrangeiros, considerando que se está "a criar um caso" a partir "de imprecisões, de incorreções em notícias".

"Se há aqui alguém que quer abanar o Governo e abanar a presença do ministro Paulo Rangel no Governo, vá treinando porque tem muito que fazer", declarou Luís Montenegro aos jornalistas, em Faro.

O chefe do Governo PSD/CDS-PP salientou que desconhece qualquer queixa de uma autoridade militar em relação ao titular da pasta dos Negócios Estrangeiros.

A agência Lusa tentou confirmar os alegados acontecimentos junto da Força Aérea, mas fonte oficial do ramo escusou-se a comentar.

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