"Face ao atual contexto de instabilidade social e à ocorrência de confrontos entre manifestantes e as autoridades policiais, recomenda-se a todos os cidadãos portugueses em Moçambique que sejam redobrados os cuidados de segurança, em particular no dia 07 de novembro", lê-se na nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, disponível no Portal das Comunidades Portuguesas.
O aviso de hoje, que teve uma primeira atualização em 30 de outubro, está relacionado com os protestos nas ruas que paralisaram o país, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
O candidato convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais que têm degenerado em violência e intervenção da polícia, e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para esta quinta-feira.
No alerta atualizado emitido hoje, o Governo português considera que atendendo à convocação de marchas e manifestações, "com particular incidência na cidade de Maputo e na sua periferia, reitera-se a recomendação para que sejam evitados ajuntamentos populares".
"Devido às limitações ocasionais à circulação, reitera-se a recomendação para que quaisquer deslocações sejam devidamente ponderadas e preparadas. Recomenda-se, igualmente, que sejam obtidas informações prévias, junto das autoridades competentes, sobre a ausência de constrangimentos ou limitações à circulação. Sempre que possível, em deslocações de maior duração, deve ser privilegiada a opção por transportes aéreos", acrescenta-se na nota.
O Governo português recorda que se registaram nos últimos dias "limitações recorrentes no acesso" à Internet, "sendo expectável que se mantenham nos próximos dias" e salienta que, em caso de necessidade, os cidadãos portugueses poderão contactar os números de emergência consular dos Consulados-Gerais de Portugal na Beira e em Maputo, bem como o Gabinete de Emergência Consular em Portugal.
Venâncio Mondlane não reconhece os resultados das eleições gerais de 09 de outubro anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que deram a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975), com 70,67% dos votos, mas que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional.
Hoje cumpre-se o sétimo dia de paralisação e manifestações em todo o país, convocadas igualmente por Venâncio Mondlane contra os resultados eleitorais, com a generalidade a levar à intervenção da polícia, que dispersa com tiros e gás lacrimogéneo, enquanto os manifestantes cortam avenidas, atiram pedras e incendeiam equipamentos públicos e privados, tal como já tinha acontecido nos protestos de 21, 24 e 25 de outubro.
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