Nova Lei das Finanças Locais deve entrar em vigor em 2026

O ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, disse hoje acreditar ser "razoável" que a nova Lei das Finanças Locais que Governo e municípios estão a negociar entre em vigor em 2026.

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Lusa
07/11/2024 11:11 ‧ há 3 semanas por Lusa

Economia

OE2025

"De facto, nós vamos trabalhar em 2025, aliás, já começámos a trabalhar com a Associação Nacional de Municípios Portugueses [ANMP] para rever a Lei das Finanças Locais e o objetivo é fazer um trabalho sério com a ANMP. E eu creio que é razoável que ela possa entrar em vigor em 2026. Parece uma coisa razoável. Questão diferente de saber em que dia ou em que mês de 2026 - pode vir a ser uma questão que os trabalhos de 2025 vão ditar -, mas parece-me razoável que em 2026 ela possa entrar em vigor", disse.

 

Castro Almeida está hoje a ser ouvido no âmbito das medidas incluídas na proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), no parlamento, onde salientou que a lei atualmente em vigor é cumprida nesta proposta de OE, que prevê um aumento de 12,3% nas transferências para as autarquias locais.

"O total de transferências para as autarquias locais vai crescer este ano 12,3%, que é um valor significativo, se tivermos em conta que a inflação esperada é de 2,3%", considerou, realçando que nestes 12,8% estão incluídos os 5% do IRS a que as autarquias têm direito.

O ministro destacou que "nenhum município irá receber menos do que 4,8% e o aumento para os municípios pode atingir, em alguns casos, 15,4%", e que a dotação das freguesias "cresce um pouco mais, cresce 13,9%", de 348 para 396 milhões de euros, sendo que "nenhuma freguesia terá um crescimento de valor de transferência inferior a 5%".

Uma nova Lei das Finanças Locais tem sido reclamada nos últimos anos pela ANMP e pela Associação Nacional de Freguesias (Anafre) e estava já em negociação entre o anterior Governo e estas entidades representativas, nomeadamente no que respeita ao reforço da participação dos municípios nos impostos do Estado, tendo em conta as novas competências entretanto assumidas no âmbito da descentralização de competências.

A ANMP pretende o reforço dos meios financeiros que os municípios recebem para maior autonomia destas autarquias e a correção das assimetrias territoriais e das disparidades entre as regiões.

As câmaras pretendem a equiparação das receitas municipais de Portugal às dos municípios da Zona Euro: as receitas dos governos locais em Portugal representam, segundo o Instituto Nacional de Estatística, 11,8% da receita total da administração pública, significativamente abaixo da média da Zona Euro de 16,9%.

Depois de sucessivos adiamentos, os municípios esperavam agora que a nova lei fosse aprovada em 2025.

A proposta de lei de Orçamento do Estado para 2025 foi aprovada na generalidade com os votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e a abstenção do PS.

Os restantes partidos da oposição -- Chega, IL, BE, PCP, Livre e PAN -- votaram contra.

O PS já anunciou que se irá abster também na votação final global, marcada para 29 de novembro, assegurando a viabilização do primeiro Orçamento do Estado apresentado pelo executivo minoritário PSD/CDS-PP, chefiado por Luís Montenegro.

[Notícia atualizada às 21h25]

Leia Também: OE2025 está "quase encostado" às pretensões do PS, diz Castro Almeida

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