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Guarda prisional acusa Governo de falta de ação na fuga de reclusos

A Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP) acusou hoje o Ministério da Justiça de falta de ação após a fuga há dois meses de cinco reclusos do estabelecimento prisional de Vale de Judeus (Alcoentre).

Guarda prisional acusa Governo de falta de ação na fuga de reclusos
Notícias ao Minuto

07/11/24 12:23 ‧ Há 2 Horas por Lusa

País Guarda prisional

Em comunicado, a ASCCGP lembrou que quatro reclusos continuam a monte - tendo apenas sido apanhado Fábio Loureiro, há um mês, em Marrocos -- e que os anúncios de demissões, nomeações, instaurações de processos disciplinares e lançamento de auditorias se traduziram em "coisa pouca" para a melhoria das condições de segurança nas prisões portuguesas.

 

"Não foi uma evasão 'engenhosa', mas sim, por mais que politicamente o queiram diluir, um assalto a um estabelecimento prisional por uma equipa armada, destemida e determinada, com um plano, ao que parece, bem arquitetado", refere a nota divulgada.

Segundo a ASCCGP, no quadro orgânico de quatro quadros diretivos previstos continuam duas posições por preencher nas áreas de segurança e economato, considerando que "este contexto agrava de imediato e de forma indesejável" a afetação a prisões de reclusos em regime comum e a homologação de reclusos a regime de segurança.

"Nada de tangível foi alterado e/ou implementado, de fundo, que visasse procedimentos e medidas de segurança", pode ler-se no comunicado.

É também destacado pela ASCCGP o concurso para 225 novos guardas prisionais, que, defendem as chefias, não vai estar concluído "antes de junho de 2026", e outro para 45 chefes, que estará "parado na Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais [DGRSP] por questões administrativas e de prazos legais".

"Em suma, mantêm-se, a nível nacional, as entrópicas condições funcionais que permitiram o acontecimento do passado 07 de setembro", acrescentou a ASCCGP, concluindo: "Tudo isto enfraquece o Estado, tornando cada vez mais frágil a persecução da missão prisional, causando desnecessárias preocupações e alarido institucional e social".

A fuga de Vale de Judeus levou a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, a ordenar uma auditoria à segurança das cadeias portuguesas e motivou também o afastamento do então diretor-geral da DGRSP, Rui Abrunhosa e Gonçalves, que foi substituído por Isabel Leitão.

Foram entretanto instaurados nove processos disciplinares, que visam o ex-diretor, o chefe da guarda e sete guardas prisionais de Vale de Judeus, existindo também um inquérito do Ministério Público para apurar eventuais responsabilidades de cariz criminal.

Entretanto, Fábio Loureiro, um dos cinco fugitivos, foi localizado e detido em Tânger (Marrocos) em 07 de outubro, tendo aceitado ser extraditado para Portugal. Fábio Loureiro está condenado pelos crimes de rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada e evasão.

O grupo de cinco evadidos, com idades entre os 33 e 61 anos, incluía ainda o cidadão português Fernando Ribeiro Ferreira, o georgiano Shergili Farjiani, o argentino Rodolf José Lohrmann e o britânico Mark Cameron Roscaleer.

Os evadidos estavam a cumprir penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes graves, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

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