O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) reportou que o tempo médio de espera no atendimento dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) foram este sábado de 19 segundos.
O balanço foi enviado ao Notícias ao Minuto ao final da noite, e, em comunicado, o INEM sublinha que os tempos de espera em questão "resultam das medidas de contingência implementadas, com vista à otimização do funcionamento da central médica do INEM".
Sublinhe-se que as medidas em causa foram anunciadas na quarta-feira, quando a polémica no INEM - e as mortes que estão a ser associadas a esta demora - estava já a marcar a semana.
A polémica estourou depois de, no sábado, terem sido denunciadas mortes associadas aos tempos de espera nas chamadas na linha 112, que em certos casos terão sido de cerca de 1h.
"Uma das medidas implementadas foi um mecanismo de atendimento automático, acionado apenas em momentos de sobrecarga do sistema do CODU. Se o tempo de espera atingir os 3 minutos, a chamada é imediatamente atendida e o contactante responderá com SIM ou NÃO às questões colocadas, permitindo de forma rápida e automática priorizar a gravidade das situações", lê-se na nota, que aponta também que consoante o nível de gravidade, "serão acionados meios de emergência ou as chamadas transferidas para o SNS24".
O INEM sublinha ainda que "continuará a desenvolver esforços" no que diz respeito à resposta ao cidadão, tendo já também reforçado "as escalas no período diurno e está a monitorizar o desempenho dos profissionais". "Foram ainda integrados Enfermeiros nas equipas do CODU para realização de determinadas funções", adiantam.
Esta semana, foi também suspensa a greve do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, responsável pela denúncia das primeiras mortes que, alegadamente, estão relacionadas com os tempos de espera.
Os números têm aumentado todos os dias desde a primeira denúncia e, segundo o Ministério Público (MP) explicou ao Notícias ao Minuto, foram abertos cinco inquéritos em cinco situações denunciadas, por forma averiguar as circunstâncias - tendo um destes casos já sido arquivado por se ter concluído que não havia indícios da prática de crime. "Quanto a outras situações, estamos ainda a aguardar informação", referiu o MP este sábado, quando questionado sobre se havia atualizações em relação à informação já avançada na sexta-feira.
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