O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, afirmou, esta quinta-feira, que os problemas no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) "não nasceram esta semana, nem na semana passada" e que a entidade "está preocupada".
"Os problemas do INEM não nasceram esta semana, nem na semana passada. Os problemas do INEM foram-se acumulando, adicionando-se ao longo dos anos. Os vários responsáveis da tutela da Saúde nunca souberam resolver, nunca tiveram a devida preocupação e, de alguma forma, ignoraram o INEM", afirmou, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita às instalações do INEM no Porto.
Reconhecendo que "hoje há verdadeiramente um problema" e que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e o diretor do INEM, Sérgio Janeiro, têm de "apresentar soluções", o bastonário sublinhou que "a Ordem dos Médicos está preocupada" e quer também "apresentar soluções muito concretas ao Ministério da Saúde para ajudar a virar esta página".
Entre as soluções, Carlos Cortes destacou a necessidade de se avançar com uma "reforma dos recursos humanos" do INEM.
Questionado sobre as responsabilidades do Ministério da Saúde nesta matéria, o bastonário disse esperar que "mais do que intenções e promessas, haja uma concretização das soluções e propostas para ultrapassar este momento difícil".
As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM motivaram a abertura de sete inquéritos pelo Ministério Público (MP), um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que reclamam a revisão da carreira e melhores condições salariais.
A greve foi suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.
[Notícia atualizada às 16h50]
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