A Polícia Judiciária (PJ) montou, na manhã desta quarta-feira, uma operação de captura para apanhar os responsáveis pelo ataque a um autocarro em Santo António dos Cavaleiros, em Loures, que deixou um motorista da Carris Metropolitana ferido com gravidade, confirmou fonte desta autoridade ao Notícias ao Minuto.
Entretanto, à agência Lusa, a PJ revelou que a operação já terminou, tendo sido cumpridos "vários mandados de busca" a "vários suspeitos".
Contudo, até às 10 horas, não havia indicação de detidos.
"Os vários suspeitos vão ser ouvidos", precisou a PJ, adiantando estar em causa o crime de homicídio na forma tentada.
Tudo aconteceu durante os tumultos, em Lisboa, pela morte de Odair Moniz, às mãos de um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), há cerca de um mês.
O grupo de suspeitos terá atirado um cocktail molotov para a janela do autocarro, deixando o condutor com "queimaduras graves na face, tórax e membros superiores".
De acordo com a CNN Portugal, que avançou com a notícia em primeira mão, a operação da PJ é coordenada pela secção de homicídios e conta com 50 inspetores, que têm como alvo cerca de uma dezena de suspeitos, todos jovens moradores da zona onde ocorreu o crime. Alguns, têm já antecedentes relacionados com criminalidade juvenil.
O motorista, que sabe-se agora chamar-se Tiago, passou mais de um mês internado na Unidade de Queimados do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Após ter tido alta, segundo a SIC Notícias, foi ouvido pela PJ.
Este foi o ataque mais grave da onda de tumultos que se seguiram em Lisboa - e que estão a ser investigados - depois de Odair Moniz, de 43 anos, ter sido baleado por um polícia, na sequência de uma alegada perseguição, no bairro da Cova da Moura, na madrugada do dia 21 de outubro.
Durante vários dias, foram incendiados contentores do lixo, autocarros e carros, o que levou a PSP a deter algumas pessoas logo na altura.
[Notícia atualizada às 10h27]
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