Ao som de palavras de ordem como "Cada cidade em cada esquina, somos todos Palestina" e "Abaixo o sionismo que vai cair e viva a Palestina a resistir", centenas de pessoas fizeram o percurso entre o Largo Camões e o Cais das Colunas, empunhando faixas e cartazes em solidariedade para com os palestinianas e criticando o regime de Netanyahu.
A manifestação de Lisboa ocorreu no mesmo dia em que estavam agendadas iniciativas semelhantes em diferentes cidades no mundo e para Léo, um norte-americano a residir em Portugal, este é o tempo de dizer "basta".
"Estou aqui em solidariedade para com povo palestiniano e para condenar as atrocidades cometidas por Israel [e também] os países que estão a apoiar militarmente Israel, em particular os Estados Unidos", disse à Lusa o manifestante, que foi munido com uma bandeira da Palestina e pintou também a bandeira do território na cara.
Num desfile pontuado por palavras de ordem proferidas em português, inglês e árabe, e que contou com um grupo de 'dabka', uma dança tradicional palestiniana, marcaram também presença representantes de partidos de esquerda, nomeadamente BE e PCP.
À Lusa, Bruno Dias, do PCP, sublinhou a importância de Portugal "juntar a sua voz, enquanto Estado soberano e pela presença que tem" em várias instituições internacionais, nesta condenação a Israel.
"Quando fazemos ouvir a nossa voz, quando um pouco por todo o mundo os povos fazem ouvir a sua voz em solidariedade, há razões para ter esperança, mas também há razões para que haja a exigência para que os governos respeitem e cumpram a vontade destes povos que querem paz, que querem o fim da ocupação e do genocídio", sublinhou Bruno Dias, várias vezes eleito deputado à Assembleia da República.
Fabian Figueiredo, líder do grupo parlamentar do BE, recordou, por seu lado, em declarações à Lusa, as mais de 45 mil pessoas que já morreram na Palestina desde 07 de outubro de 2023 e criticou a diplomacia portuguesa, que considerou estar "muito longe de fazer o que deve para obrigar Israel a parar" e por não tomar uma posição "firme" como a que teve em relação a outras situações.
"O que é que isto significa? Boicotar, desinvestir e sancionar. Israel tem de ser obrigado a parar com a mortandade em Gaza", afirmou o bloquista.
Igualmente a exigir "o fim do genocídio em Gaza" estava G. Ras, um judeu que se mudou da Hungria para Portugal e que se juntou à iniciativa com a família (a mulher e dois filhos pequenos).
"Como ser humano sinto-me mal com o que acontece na Palestina e sinto ser meu dever lutar contra este genocídio, mas como judeu também sinto ser meu dever lutar porque estes atos estão a ser cometidos em meu nome", sublinhou, enquanto mostrava o cartaz em que defendia "Jewes for a free Palestine" ("Judeus por uma Palestina livre").
Sandra Machado, da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina, que organizou a concentração, salientou que, além da solidariedade para com o povo palestiniano, a iniciativa visou também exigir ao Governo português que corte qualquer tipo de relações e de ajuda a Israel.
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